Pretextos (Nov 2016)
INVENTÁRIO MULTIFÁSICO MINNESOTA DE PERSONALIDADE (MMPI): ANÁLISES PSICOMÉTRICAS
Abstract
O Inventário Multifásico Minnesota de Personalidade (MMPI) é um instrumento originariamente americano, que pode oferecer um importante auxílio na avaliação da personalidade e, que atualmente, encontra-se desfavorável para uso no Brasil. Tendo isso em vista, a presente pesquisa teve como objetivo desenvolver um estudo preliminar das propriedades psicométricas do MMPI. Para tanto, foi realizada uma pesquisa quantitativa, do tipo transversal, com a participação de 384 estudantes de Psicologia, de diferentes cidades de Minas Gerais, com idade mínima de dezoito anos (M=25,3; DP=7,6), predominantemente mulheres (82%). Os participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, responderam a uma Ficha de Dados Sociodemográficos e ao MMPI, em aplicações coletivas, nas próprias universidades. Os resultados relativos à investigação de evidências de validade do instrumento revelaram, através de análise fatorial exploratória (AFE), que a grande maioria das escalas que o compõem tem mais de um fator, sendo que alguns itens não “carregaram” em nenhum fator. Quanto à precisão do MMPI, observou-se que para a maioria das escalas clínicas encontrou-se um coeficiente alfa de Cronbach de moderado a satisfatório (Esquizofrenia – 0,888; Psicastenia – 0,866; Hipocondria – 0,778; Introversão/Extroversão – 0,777; Desvio Psicopático – 0,647; Depressão – 0,629). As escalas com maiores problemas quanto à precisão foram a Histeria (0,575), Paranoia (0,586), Hipomania (0,594) e Masculinidade/Feminilidade (0,396/ 0,341, respectivamente). Entretanto, alguns itens, assim como apontado pela AFE, não contribuem para a precisão da escala, podendo, inclusive, ser excluídos. Desse modo, a partir dos resultados obtidos neste estudo inicial das propriedades psicométricas do MMPI, foi constatada a necessidade de realizar estudos mais amplos, principalmente com uma amostra mais diversificada, como exemplo, participantes com diagnósticos diferenciais para os traços abordados pelo instrumento, como também, novas análises estatísticas, como análises fatoriais confirmatórias, a fim de responder de maneira adequada aos requisitos mínimos indicados na Resolução n° 002/2003, do Conselho Federal de Psicologia (CFP).