Jornal de Pediatria (Aug 2005)

Hepatite auto-imune tipo 1 em crianças e adolescentes: avaliação da suspensão do tratamento imunossupressor Type 1 autoimmune hepatitis in children and adolescents: assessment of immunosuppressive treatment withdrawal

  • Alexandre Rodrigues Ferreira,
  • Mariza Leitão Valadares Roquete,
  • Francisco José Penna,
  • Nivaldo H. Toppa,
  • Lúcia Porto Fonseca de Castro

DOI
https://doi.org/10.1590/S0021-75572005000500014
Journal volume & issue
Vol. 81, no. 4
pp. 343 – 348

Abstract

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OBJETIVO: Avaliar a suspensão do tratamento em crianças e adolescentes com hepatite auto-imune em remissão clínica e laboratorial, por um período mínimo de 24 meses, avaliando o índice de recaída após a suspensão do tratamento. MÉTODO: É um estudo descritivo, retrospectivo e parcialmente prospectivo de 21 crianças e adolescentes com hepatite auto-imune tipo 1, atendidos no Ambulatório de Hepatologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no período de janeiro de 1986 a dezembro de 2001. RESULTADOS: Foram avaliados 54 pacientes, dos quais 21 foram selecionados, sendo 19 do sexo feminino (90,5%), com idade variando de 5,7 a 17,6 anos (mediana de 13,8 anos), tempo médio de seguimento de 5,1±2,4 anos (mediana 4,4 anos) e remissão clínica e laboratorial por um tempo médio de 4,1±1,5 anos (mediana 3,8 anos). Dos 21 pacientes avaliados, 10 (47,6%) ainda apresentavam atividade inflamatória, impossibilitando a suspensão do tratamento, o qual foi interrompido em 11 pacientes (52,4%). Desses, seis pacientes (54,5%) apresentaram reativação da doença, e cinco mantêm remissão clínica e laboratorial, com tempo médio de seguimento de 4±1 anos (mediana 3,9 anos). O intervalo de tempo entre a suspensão do tratamento e a reativação da doença variou de 29 dias a 40,3 meses (mediana 2,2 meses). CONCLUSÕES: Nesse grupo de pacientes com hepatite auto-imune, foi observado alto índice de recaídas (54,5%), que ocorreram com maior freqüência nos primeiros 12 meses pós-suspensão do tratamento, além de grande número de pacientes que apresentou algum grau de atividade inflamatória, apesar do longo tempo de remissão clínico-laboratorial.OBJECTIVE: To assess treatment withdrawal in children and adolescents with autoimmune hepatitis, with clinical and laboratory remission for a minimum period of 24 months, determining the relapse rate after treatment withdrawal. METHOD: This is a descriptive, retrospective and partially prospective study of 21 children and adolescents with type 1 autoimmune hepatitis treated at the Outpatient Division of Pediatric Hepatology, Teaching Hospital of Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Brazil, between January 1986 and December 2001. RESULTS: We assessed 54 patients and selected 21, of whom 19 were female subjects (90.5%), aged between 5.7 and 17.6 years (median = 13.8 years), with a mean follow-up of 5.1±2.4 years (median = 4.4 years) and an average clinical and laboratory remission of 4.1±1.5 years (median = 4.1 years). Out of the 21 patients studied, 10 (47.6%) manifested some inflammatory activity that prevented the discontinuation of treatment, which was withdrawn in 11 patients (52.4%). Out of these, six patients (54.5%) presented reactivation of the disease and five maintained clinical and laboratory remission with a mean follow-up of 4±1 years (median = 3.9 years). The time interval between discontinuation of treatment and reactivation of the disease ranged from 29 days to 40.3 months (median = 2.2 months). CONCLUSIONS: We observed a high relapse rate (54.5%) in this group of patients with autoimmune hepatitis, which was more frequent within the first 12 months after treatment withdrawal, in addition to a high number of patients that presented some degree of inflammatory activity despite the long period of clinical and laboratory remission.

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