RevSALUS (Jul 2023)
Desnutrição na população idosa institucionalizada em centro sénior no Centro de Portugal
Abstract
Introdução: A desnutrição é cada vez mais prevalente na População Portuguesa com mais de 65 anos. Segundo o estudo PEN-3S, 4 em cada 10 (39%) dos idosos institucionalizados em Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) estão em risco de desnutrição e 7% estão desnutridos. A realidade num Centro Sénior na zona Centro de Portugal confirma estes dados. Objetivos: Caracterizar a população com idades entre 60 e 100 anos residentes em ERPI, entre outubro de 2022 e março de 2023 e avaliar o seu risco e o estado nutricional. Métodos: Estudo observacional descritivo transversal (n=87). No processo de avaliação do risco de desnutrição através da ferramenta Mini Nutritional Assessment (MNA-Full), consideraram-se os parâmetros: score MNA, perímetro geminal (PG) e índice de massa corporal (IMC), tendo sido correlacionada a desnutrição com a idade e doença. Critérios de inclusão: todos os residentes em ERPI com idade igual ou superior a 65 anos e com consentimento informado assinado. Resultados: Do total da amostra (n=87), 72,4% eram do sexo feminino e 40,2% eram muito idosos (≥ 90 anos). Relacionando o score da ferramenta MNA com o sexo e a idade, verifica-se que 35,6% estão em estado nutricional normal (17,2% sexo masculino; 18,4% sexo feminino), 44,8% estão sob risco de desnutrição (4,6% sexo masculino; 40,2% sexo feminino) e 19,5% estão desnutridos (5,7% sexo masculino e 13,8% sexo feminino). A desnutrição pode estar associada à doença com inflamação ou sem inflamação ou à fome, estando também a sarcopenia e a fragilidade frequentemente associadas à mesma. Relacionando as patologias subjacentes nos idosos desnutridos, verifica-se 5,9% do sexo feminino têm Diabetes Mellitus tipo 2 (DM-2), 35,5% têm demência (5,9% sexo masculino; 29,4% sexo feminino), 47% têm doença cardiovascular (DCV) (17,6% sexo masculino, 29,4% sexo feminino) e 11,8% do sexo masculino têm outras doenças. Todos os desnutridos apresentavam um PG inferior a 31cm e um IMC inferior a 25 kg/m2. Conclusões: As patologias mais prevalentes eram: DCV (44,8%), DM-2 (14,9%), Dislipidemia (14,9%), Demência/Estado mental comprometido (12,7%). Urge intervir nesta população de modo a contribuir para um bom estado nutricional e assim controlar as patologias e garantir um envelhecimento digno.
Keywords