Revista Uningá (Mar 2021)
MANIFESTAÇÕES BUCAIS DECORRENTES DA TERAPIA ANTINEOPLÁSICA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS INFANTIS
Abstract
No Brasil, o câncer é a principal causa de morte por doença em crianças e adolescentes. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima a ocorrência de 8.460 novos casos de câncer em crianças e adolescentes no ano de 2020. O objetivo desse estudo foi identificar as manifestações bucais mais frequentes nos pacientes pediátricos em tratamento antineoplásico. Essa pesquisa incluiu 137 crianças e adolescentes de 0 a 19 anos de idade. Os dados incluíram um questionário semiestruturado para verificar as manifestações bucais mais frequentes decorrentes da terapia antineoplásica. Os testes estatísticos utilizados foram o teste Qui-quadrado de Pearson e para avaliar a força da associação foi obtido o Odds Ratio (OR) ou Razão das Chances (RC) com respectivo intervalo de confiança. Os resultados encontrados demonstram que a idade média dos pacientes pesquisados foi de 6,8 anos; o sexo masculino (57,7%) foi predominante na amostra; a neoplasia maligna mais incidente foi à leucemia (67,9%); 70,1% dos pacientes apresentaram pelo menos uma manifestação oral, sendo a mucosite de maior prevalência (56,2%), seguida da xerostomia (46,7%), gengivite (41,6%), disfagia (35,8%), disgeusia (35,8%), candidíase (34,3%) e herpes (21,2%). Encontraram-se 54,7% dos pacientes com saúde bucal favorável e 40,9% deles com saúde bucal desfavorável. Concluímos que o paciente infantil deve ser avaliado por um odontopediatra previamente ao início da quimioterapia para minimizar as complicações bucais durante o tratamento antineoplásico.