Kairós Gerontologia (Oct 2013)
A infinitude na religião: quando uma vida só não basta
Abstract
A morte pode ser interpretada também como um produto social e histórico. No âmbito da espiritualidade ela é construída como uma transcendência do viver e transforma-se em uma passagem para o lado de lá, estabelecendo uma continuidade da vida no mundo não visível. Livros autodenominados espíritas e/ou espiritualistas em língua portuguesa, dentro do reinante pluralismo religioso no Brasil, contam a epopeia de espíritos cujo avanço espiritual exige numerosas reencarnações, visando a contínuas mudanças para seu aperfeiçoamento. Nesse processo, a morte nada mais é que uma passagem na Vida do espírito que paulatinamente vence etapas e apaga a finitude, passando de “espírito encarnado” a “desencarnado”.