Jornal de Pediatria (Aug 2011)

Avaliação da postura corporal em crianças e adolescentes respiradores orais

  • Patrícia Blau Margosian Conti,
  • Eulália Sakano,
  • Maria Ângela Gonçalves de Oliveira Ribeiro,
  • Camila Isabel Santos Schivinski,
  • José Dirceu Ribeiro

DOI
https://doi.org/10.1590/S0021-75572011000400014
Journal volume & issue
Vol. 87, no. 4
pp. 357 – 363

Abstract

Read online

OBJETIVO: Verificar a associação do tipo respiratório oral (RO) e nasal (RN) e da classificação da postura corporal em variáveis clínicas de crianças e adolescentes com a síndrome do respirador oral, em relação a um grupo-controle de mesma faixa etária. MÉTODOS: Estudo analítico do tipo observacional e transversal, com grupo-controle, realizado em hospital universitário. Foram incluídas crianças maiores de 5 anos, distribuídas em dois grupos: controle saudável (RN) e grupo RO. O grupo RO incluiu pacientes com diagnóstico de síndrome do respirador oral confirmado por exame clínico médico e nasofibroscopia. Participaram do grupo-controle voluntários saudáveis da mesma faixa etária, cujo tipo RN foi confirmado por avaliação médica. Todos os participantes foram submetidos à avaliação postural. Para análise dos dados, foram utilizados os testes: não paramétrico de Mann-Whitney, qui-quadrado e exato de Fisher, considerando-se nível de significância de 0,05%. RESULTADOS: Foram incluídos 306 RO e 124 RN. O tipo RO conferiu maior prevalência no gênero masculino (p = 0,0002), maior grau e frequência de obstrução nasal e tamanho das amígdalas (p = 0,0001) em comparação ao RN. Também apresentou maior incidência de rinite alérgica (p = 0,0001), padrão respiratório torácico (p = 0,0001), palato ogival (p = 0,0001) e classificação postural desfavorável (p = 0,0001) em relação ao grupo-controle. Os índices de classificação postural foram diretamente proporcionais à obstrução nasal (p = 0,0001) e ao gênero masculino (p = 0,0008). CONCLUSÕES: Alterações posturais foram significativamente mais frequentes nas crianças do grupo com síndrome do respirador oral, o que reforça a necessidade de precocidade no tratamento interdisciplinar dessa síndrome.

Keywords