Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science (Sep 2019)
Plantas Medicinais de Uso Popular na Comunidade Quilombola de Piracanjuba - Ana Laura, Piracanjuba, GO
Abstract
As comunidades quilombolas preservam um valioso conhecimento sobre plantas medicinais. Assim, este estudo objetivou realizar o levantamento das plantas medicinais usadas pelas mulheres da Comunidade Quilombola de Piracanjuba - Ana Laura, Piracanjuba, GO. A coleta de dados consistiu em entrevistas semiestruturadas. Foram registradas 91 espécies distribuídas em 41 famílias, sendo Fabaceae e Lamiaceae as de maior riqueza em espécies. As espécies citadas foram usadas, principalmente, para tratar problemas das vias respiratórias, sendo a parte vegetal mais utilizada a folha e a principal forma de preparo o chá. A maioria das espécies é nativa e as com o maior número de informantes foram Croton antisyphiliticus, Dysphania ambrosioides, Ricinus communis e Copaifera langsdorffii. As com o valor máximo de concordância de uso foram Stryphnodendron adstringens, Dysphania ambrosioides, Dilodendron bipinnatum, Croton antisyphiliticus, Punica granatum e Curcuma longa. Nenhuma das espécies nativas citadas foi avaliada quanto ao status de ameaça. Logo, existe carência de estudos em prol de avaliar como estão as populações de espécies nativas medicinais no Brasil quanto à ameaça de extinção. A maioria das espécies nativas do presente estudo não é exclusiva do Cerrado, sendo compartilhada principalmente com a Mata Atlântica, Caatinga e Amazônia. O índice de diversidade alto sugere que a comunidade quilombola possui um significativo conhecimento etnobotânico ao utilizar uma grande quantidade de espécies. Entretanto, o desmatamento do Cerrado está ameaçando este conhecimento tradicional, pois o local onde as entrevistadas buscavam as plantas deste domínio fitogeográfico não existe mais.
Keywords