Brazilian Journal of Infectious Diseases (Sep 2022)

SENSIBILIDADE DO TESTE DE ANTÍGENO, SOROLOGIA E MICROBIOLOGIA PARA O DIAGNÓSTICO DOS SUBTIPOS DE ASPERGILOSE PULMONAR CRÔNICA

  • Vítor Falcão Oliveira,
  • Joshua Araújo Viana,
  • Marcio V.Y. Sawamura,
  • Adriana S.G.K. Magri,
  • Andre Nathan Costa,
  • Edson Abdala,
  • Alessandro Wasum Mariani,
  • Gil Benard,
  • Mariane Taborda,
  • Marcello M.C. Magri

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102631

Abstract

Read online

Introdução: De acordo com as diretrizes do ESCMID/ERS, a aspergilose pulmonar crônica (APC) é dividida em 5 subtipos diferentes: aspergiloma simples (SA), aspergilose pulmonar cavitária crônica (CCPA), aspergilose pulmonar fibrosante crônica (CFPA), nódulo de Aspergillus (AN) e aspergilose semi-invasiva (SAIA). O diagnóstico de APC é complicado devido à baixa sensibilidade dos exames laboratoriais atuais. O desempenho diagnóstico de diferentes métodos de antígeno, sorológicos e microbiológicos em subtipos de APC é desconhecido. Objetivo: Avaliar o desempenho diagnóstico dos casos confirmados de APC de acordo com os diferentes subtipos de APC. Método: Este estudo foi realizado no HC FMUSP. Revisamos retrospectivamente os prontuários médicos de pacientes entre janeiro de 2010 e junho de 2021. Os pacientes com APC foram classificados em SA, CCPA, CFPA, AN e SAIA, em consenso por um grupo de trabalho composto por profissionais da área da infectologia, pneumologia, cirurgia torácica e radiologia. Avaliamos os seguintes testes: proteína C reativa sérica (PCR), galactomonana (GM) no soro e lavado broncoalveolar (LBA), teste de imunodifusão sérica (DID) e títulos séricos de contraimunoeletroforese (CIE), microscopia e cultura e histologia em amostras respiratórias (escarro, LBA e biópsia pulmonar). A sensibilidade foi calculada para avaliar o desempenho diagnóstico. Resultados: Um total de 91 participantes com APC confirmada foram incluídos neste estudo. A GM do lavado broncoalveolar, sorologia por DID e histologia são os que tiveram melhor desempenho diagnóstico, com sensibilidade de 73% para ponto de corte 0,5 (11/15), 81% (61/75) e 78% (39/50), respectivamente. Os títulos de CIE tiveram diferença estatisticamente significativa entre os subtipos de APC (p < 0,001), em que as formas CFPA e SAIA tiveram títulos mais elevados: 1/64 (IQR 1/ 32 - 1/256) e 1/64 (1/32 - 1/128). PCR geralmente apresentou valores mais baixos (mediana 15 mg/L, IQR 6-33), com valores mais altos em SAIA e valores mais baixos para AN. Conclusão: No geral, encontramos uma baixa sensibilidade diagnóstica dos testes atuais. Em relação aos subtipos de APC, não encontramos grandes diferenças no desempenho dos testes, mas observa-se que os marcadores inflamatórios e os títulos de CIE tendem a ser maiores nas formas de envolvimento mais extenso do parênquima pulmonar, como SAIA e CFPA.