Gazeta Médica (Sep 2018)

Endocardite por Escherichia Coli: Quando o Improvável Acontece

  • Filipa Macedo,
  • Filipa Pinho,
  • Kátia Ladeira,
  • Catarina Nunes,
  • Francisco Gonçalves,
  • Luísa Pinto,
  • Carlos Capela

DOI
https://doi.org/10.29315/gm.v5i3.193
Journal volume & issue
Vol. 5, no. 3

Abstract

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Homem, 88 anos, recorre à urgência por astenia generalizada, anorexia e diminuição do débito urinário. Estava febril, hipotenso e com auscultação cardiopulmonar normal. Analiticamente apresentava leucocitose, creatinina de 3,1 mg/dL e leucocitúria. O doente foi internado por lesão renal aguda e medicado com ciprofloxacina assumindo uma infeção urinária. Foi isolada uma Escherichia coli na urocultura e 2 amostras de hemoculturas e o antibiótico foi alterado para meropenem de acordo com o antibiograma. Pela febre persistente e aumento dos parâmetros inflamatórios, foi realizado ecocardiograma transtorácico ao dia 14 de internamento, que revelou uma vegetação na válvula mitral, tendo-se adicionado à antibioterapia a gentamicina e vancomicina. Um acidente vascular cerebral isquémico, com transformação hemorrágica e plegia esquerda, e uma perfuração severa da válvula mitral posterior, complicaram o curso clínico. O estado clínico gradualmente melhorou e o doente transitou para uma unidade de reabilitação ao fim de 59 dias de internamento. Este caso pretende exemplificar como a endocardite é ainda uma entidade muitas vezes de difícil diagnóstico associada a complicações graves e obrigando a internamento prolongado.

Keywords