Tempo Social (Jun 2005)
A sedução da etnografia da ciência The lure of ethnography of science
Abstract
Este artigo compara os resultados do exercício, peculiar aos sociólogos e antropólogos da ciência pós-kuhnianos, de documentar a prática científica cotidiana - ou o que se convencionou chamar de science-in-the-making - com os resultados advindos de um exercício análogo, relativo à arte, realizado algumas décadas antes pelo historiador da arte Ernst Gombrich. Argumenta-se que, enquanto Gombrich foi conduzido a resultados verdadeiramente auspiciosos - sendo-lhe permitido, por meio de seu empenho em estudar o que se poderia chamar de art-in-the-making, mostrar como diferentes estilos de representação pictórica se formam e evoluem -, sociólogos e antropólogos pós-kuhnianos foram conduzidos a apenas uma insossa crônica da ciência. Discute-se a razão do sucesso do primeiro e do fracasso dos últimos.This articles compares the results which have come out of the exercise, peculiar to post-Kuhnian sociologists and anthropologists of science, of documenting everyday scientific practices - or what has been called "science-in-the-making" - with the results which came out of an analogous exercise, concerning art, undertook some decades earlier by the art historian Ernst Gombrich. I argue that whereas Gombrich was led to very auspicious results - his concern with what could be called "art-in-the-making" has allowed him to explain how different styles of pictorial representation are formed and how they evolve -, the post-kuhnian sociologists and anthropologists were led to nothing but a tasteless chronicle of science. I discuss the reason of both, the success of the first and the failure of the latter.
Keywords