Revista Portuguesa de Cardiologia (Sep 2016)
Ingestão e coeficiente de variabilidade de nutrientes antioxidantes por gestantes com pré‐eclâmpsia
Abstract
Resumo: Introdução e objetivo: O estresse oxidativo é uma provável via crítica na patogênese da pré‐eclâmpsia. Evidências têm sugerido que o consumo adequado de antioxidantes é capaz de modular essa condição. Assim, o objetivo da presente pesquisa foi avaliar a ingestão e o coeficiente de variabilidade de nutrientes antioxidantes por gestantes com pré‐eclâmpsia (GCP). Métodos: Estudo transversal realizado na rede pública de saúde do município de Maceió através de inquérito dietético, com aplicação de: recordatórios alimentares de 24 horas, com posteriores ajustes dos nutrientes pelo método da EAR como ponto de corte, e questionário de frequência de consumo de antioxidantes. Resultados: Foram estudadas 90 GCP e 90 gestantes sem pré‐eclâmpsia (GSP), com médias de idade de 25,8 ± 6,7 anos e 24,1 ± 6,2 anos (p = 0,519), respectivamente. Foram observadas baixas médias de consumo de antioxidantes (vitamina A, selênio, zinco e cobre) para GCP e GSP, apesar do maior consumo de vitamina A (p = 0,045) e selênio (p = 0,008) pelas GSP. Adicionalmente, foram observados elevados coeficientes de variabilidade de consumo para ambos os grupos (GCP versus GSP, respectivamente); no entanto, maiores para as GCP de vitamina C (p < 0,001), vitamina A (p = 0,006) e cobre (p = 0,005). Conclusões: O consumo de nutrientes antioxidantes pelas GCP é inadequado, somado às elevadas variações diárias no seu consumo, resultado que revela a necessidade do desenvolvimento de estratégias de educação nutricional, no sentido de adequar a ingestão, pois a dieta é, sem dúvida, um fator essencial na modulação do estresse oxidativo causado pela condição de pré‐eclâmpsia. Abstract: Introduction and Objective: Oxidative stress appears to play a critical role in the pathogenesis of preeclampsia. Evidence suggests that adequate intake of antioxidants can modulate this condition. The objective of this study was to assess the intake of antioxidant nutrients and coefficients of variation in pregnant women with preeclampsia. Methods: In a cross‐sectional study in the public health network of the city of Maceió, Brazil, a dietary survey was performed consisting of 24‐hour food recalls, with subsequent adjustment of nutrients using the estimated average requirement as the cutoff point, and a questionnaire on frequency of consumption of antioxidants. Results: We studied 90 pregnant women with preeclampsia (PWP) and 90 pregnant women without preeclampsia (PWoP) with mean ages of 25.8±6.7 years and 24.1±6.2 years (p=0.519), respectively. A low mean intake of antioxidants (vitamin A, selenium, zinc and copper) was observed in both PWP and PWoP, although intakes of vitamin A (p=0.045) and selenium (p=0.008) were higher in PWoP. In addition, we observed high coefficients of variation in nutrient intakes in both groups, which were higher for vitamin C (p<0.001), vitamin A (p=0.006) and copper (p=0.005) in PWP. Conclusions: Consumption of antioxidant nutrients by pregnant women with preeclampsia is inadequate, with considerable daily variations in intake, which points to a need for nutrition education strategies aimed at improving intakes, because diet is without doubt a key factor in the modulation of oxidative stress caused by preeclampsia. Palavras‐chave: Pré‐eclâmpsia, Estresse, Antioxidantes, Keywords: Preeclampsia, Oxidative stress, Antioxidants