Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Oct 2005)

Prevalência de aderências intra-uterinas após aspiração manual a vácuo para tratamento de abortamento Prevalence of intrauterine adhesions after manual vacuum aspiration for the tratment of abortion

  • Carlos André de Carvalho Godoy,
  • Maria Rachel Aguiar Cordeiro,
  • Rodrigo Serrano,
  • Hélio de Lima Ferrreira Fernandes Costa

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-72032005001000004
Journal volume & issue
Vol. 27, no. 10
pp. 588 – 593

Abstract

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OBJETIVO: avaliar a prevalência de aderências intra-uterinas após aspiração manual a vácuo para tratamento de abortamento. MÉTODOS: estudo prospectivo, descritivo, com comparação de grupos, realizado no período de novembro de 2000 a agosto de 2001, em 80 mulheres de 15 a 48 anos internadas em hospital público para tratamento de qualquer tipo de abortamento. A aspiração manual a vácuo consistiu na retirada do conteúdo uterino por sucção com seringa de Karman conectada a cânulas plásticas. As aderências intra-uterinas foram rastreadas em todas as pacientes, por meio de histeroscopia, realizada 40 a 60 dias após a aspiração. Para análise dos resultados foram utilizados o teste exato de Fisher, ANOVA e estimativa do risco de prevalência, quando indicados. RESULTADOS: a histeroscopia identificou 13 pacientes com aderências intra-uterinas (prevalência de 16,3%), sendo a maioria delas de constituição mucosa (9 de 13), gravidade mínima (11 de 13) e localização lateral no útero (5 de 13). Foram mais freqüentes nas mulheres com mais de 8 semanas de gravidez (24,4 vs 3,7%, risco de prevalência de 6,6) e naquelas com abortamento retido (41,7 vs 12,1%, risco de prevalência de 3,54). CONCLUSÃO: a prevalência de aderências intra-uterinas após aspiração manual a vácuo foi 16,3%. Aborto retido e idade gestacional avançada parecem estar associados à ocorrência das aderências.PURPOSE: to evaluate the prevalence of intrauterine adhesions after manual vacuum aspiration for the treatment of abortion. METHODS: a prospective, descriptive study, with group comparison was carried out between November 2000 and August 2001 on 80 women between 15 and 48 years old, admitted to a public hospital for abortion care. Manual vacuum aspiration consisted of extracting the uterine content by suction using a Karman syringe connected to plastic cannulas. Intrauterine adhesions were screened by hysteroscopy, performed 40-60 days after the aspiration. Statistical analysis was performed using Fisher exact test, ANOVA and estimation of prevalence risk, when indicated. RESULTS: hysteroscopy identified intrauterine adhesions in 13 patients (prevalence = 16.3%), most of them of the mucosal type (9 of 13), minimal severity (11 of 13) and lateral location in the uterus (5 of 13). Adhesions were more frequent at a gestational age more than 8 weeks (24.4 vs 3.7%; prevalence risk of 6.6) as well as in missed abortion (41.7 vs 12.1% ; prevalence risk of 3.54). CONCLUSIONS: prevalence of intrauterine adhesions after manual vacuum aspiration was 16.3%. Missed abortion and advanced gestational age seem to be associated with the occurrence of adhesions.

Keywords