Trabalhos em Linguística Aplicada (Nov 2016)
Letramento hipertextual: um amálgama de letramentos demandados em cursos on-line
Abstract
Este artigo tem o objetivo de redefinir o conceito de letramento hipertextual, cunhado por Bolter (1998), visto que este não contempla mais as atuais práticas sociais mediadas por hipertextos. A base teórica que sustenta este empreendimento acadêmico procede, principalmente, de Scribner; Cole (1981), Bolter (1998), Semali (2001), Soares (2000), Cavalcante Jr. (2003), Street (2003), Primo; Recuero (2006), Martin (2008), Barton (2009), Lemke (2010), Pinheiro; Araújo (2012) e Hardy-Vallée (2013). A metodologia que tornou exequível o referido objetivo foi um estudo de caso da produção de material didático on-line que se destinava a cursos de graduação a distância da Universidade Federal do Ceará (UFC) em parceria com a Universidade Aberta do Brasil (UAB). Os sujeitos que participaram da pesquisa foram professores conteudistas, responsáveis pela elaboração do conteúdo didático, e equipe de transição didática, uma das responsáveis pela hipertextualização do material. Os instrumentos e técnicas utilizados para construção dos dados foram: (i) entrevista semiestruturada com os sujeitos, (ii) acompanhamento da elaboração por parte dos professores (iii) acompanhamento presencial do trabalho da equipe de transição didática e (iv) análise do material elaborado em suas três versões: a elaboração do professor, a versão da equipe de transição didática e a versão final do material no ambiente web. A análise permite a conclusão de que os letramentos praticados pelos sujeitos da pesquisa podem ser categorizados em tradicional, oral, visual, tecnológico, comunicacional e informacional, os quais se inter-relacionam e um ou outro pode se sobressair. Sendo assim, o conceito de letramento hipertextual a que chegamos se configura como práticas sociais mediadas por hipertexto, através das quais podem ser identificados diversos tipos de letramentos que se harmonizam para a produção de sentidos