GeSec (Sep 2016)

Smart surveillance em aplicações recentes no Brasil:Um estudo de caso nas cidades de Recife e Curitiba

  • Marcela de Moraes Batista,
  • Tharsila Maynardes Dallabona Fariniuk,
  • Sérgio Carvalho Benício de Mello

DOI
https://doi.org/10.7769/gesec.v7i2.549
Journal volume & issue
Vol. 7, no. 2
pp. 104 – 137

Abstract

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A prática de coletar informações do meio evoluiu ao longo do tempo, e o advento tecnológico dos últimos anos gerou mudanças substanciais neste processo. A utilização de tecnologias cada vez menores e mais sofisticadas para fins de vigilância, prevenção e militarização do espaço urbano é parte deste processo, e constitui a chamada smartsurveillance. No Brasil, o exemplo mais recente e de maiores proporções deste tipo de aplicação é a criação dos CICCs - Centros Integrados de Comando e Controle - para a Copa do Mundo FIFA 2014. Neste contexto, a presente pesquisa questiona de que forma ocorreram os processos de smartsurveillance implementados em cidades brasileiras na ocasião. Objetiva-se identificar de que modo o aparato tecnológico para vigilância instalado vem sendo utilizado nas cidades de Recife e Curitiba, no sentido de aproveitar o legado do evento esportivo e de contribuir para a gestão tecnológica do espaço urbano e para a redução da criminalidade. A escolha dos estudos de caso ocorreu devido a critérios populacionais, de similaridade no número de jogos recebidos e de aproximações em rankings que medem índice de criminalidade urbana. A metodologia aplicada envolveu teoria e análise de discurso Laclau & Mouffe (1985), e critérios de caracterização da vigilância eletrônica Bruno (2012). Os resultados indicaram que em ambas as cidades, a implantação dos CICCs se assemelha a um tipo moderno de panóptico, o qual está baseado no discurso do combate aos problemas sociais e à violência urbana, além da relativa isenção da liberdade e do anonimato.

Keywords