Cadernos de Saúde Pública (Jun 2008)

Percepção dos trabalhadores avulsos sobre os riscos ocupacionais no porto do Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil Temporary workers' perceptions of occupational risks in the port of Rio Grande, Rio Grande do Sul State, Brazil

  • Jorgana Fernanda de Souza Soares,
  • Marta Regina Cezar-Vaz,
  • Raul Andrés Mendoza-Sassi,
  • Tabajara Lucas de Almeida,
  • Ana Luiza Muccillo-Baisch,
  • Maria Cristina Flores Soares,
  • Valdecir Zavarese da Costa

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2008000600006
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 6
pp. 1251 – 1259

Abstract

Read online

Este é um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa, realizado no porto do Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil e objetivou identificar a percepção, em uma amostra com 306 trabalhadores portuários avulsos, sobre risco à saúde no trabalho. A maioria dos trabalhadores portuários avulsos (93,46%) reconheceu que existem riscos à sua saúde no trabalho e isso foi independente do grau de instrução (p = 0,44), atividade desenvolvida (p = 0,47). Os riscos identificados no grupo geral de trabalhadores portuários avulsos foram queda de objetos suspensos (8,43 ± 2,47), ruídos (8,06 ± 2,32) e intempéries (8,05 ± 2,48). Os riscos significativamente diferentes entre as atividades foram: ruídos (p = 0,00), levantamento manual de carga (p = 0,00), ferramentas de trabalho (p = 0,00), componentes dos ternos em número abaixo do ideal (p = 0,03), ganho por produtividade (p = 0,00), ritmo de trabalho (p = 0,01), trabalho em altura (p = 0,00), deslocamento do trabalhador sobre as cargas (p = 0,00), escadas de acesso às embarcações (p = 0,00). Pode-se corroborar que o trabalho portuário avulso é insalubre e perigoso, e os riscos se apresentam aos trabalhadores em consonância com a atividade por eles desenvolvida.This was a cross-sectional, descriptive, quantitative study in the port of Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brazil, aimed at identifying occupational risk perceptions in a sample of 306 temporary dockworkers. Most temporary dockworkers (93.46%) acknowledged the existence of health risks on the job, independently of schooling (p = 0.44) and job activity (p = 0.47). Risks identified by temporary workers as a whole included falling of suspended objects (8.43 ± 2.47), noise (8.06 ± 2.32), and bad weather conditions (8.05 ± 2.48). Risks that varied significantly between jobs were: noise (p = 0.00), lifting loads manually (p = 0.00), work tools (p = 0,00), insufficient number of work team members (p = 0.03), extra wages based on productivity (p = 0.00), work pace (p = 0.01), working on scaffolding and other high areas (p = 0.00), workers moving on top of cargo (p = 0.00), and ship's ladders and gangways (p = 0.00). The study corroborated that temporary dock work is unhealthy and hazardous, and that the risks affect workers according to the specific jobs they perform.

Keywords