Revista Dor (Apr 2023)

Exercício físico como terapêutica na dor neuropática de causa periférica: revisão narrativa

  • Teresa Gomes,
  • Bruno Paiva,
  • Rui Madureira,
  • Tomás Caroço,
  • Júlia Ribeiro,
  • Revelino Lopes

DOI
https://doi.org/10.24875/DOR.M24000034
Journal volume & issue
Vol. 30, no. 2

Abstract

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A dor neuropática de causa periférica é um sintoma/síndrome prevalente em neuropatias e radiculopatias. É muito incapacitante e a sua abordagem deve incluir estratégias farmacológicas e não-farmacológicas, como o exercício físico. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi analisar a literatura existente sobre a utilização dos vários tipos de exercício físico na dor neuropática de causa periférica. A realização de exercício físico interfere em vários mecanismos presentes nos quadros de dor neuropática, nomeadamente a nível do controlo do ambiente de citocinas pró- e anti-inflamatórias, da ativação das células da microglia, da modulação da dor pelo sistema de opioides endógenos, da regulação da expressão de heat shock protein 72 e da normalização de algumas neurotrofinas. Diferentes tipos de exercício físico estão aconselhados para as diversas síndromes de dor: exercício físico aeróbio para neuropatia diabética; exercício físico resistido para neuropatia diabética, induzida por quimioterapia, associada ao Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), radiculopatias cervical e lombossagrada e dor neuropática pós-cirúrgica; exercícios de alongamento para radiculopatia cervical; e exercício físico de equilíbrio para neuropatia induzida por quimioterapia. São necessários mais estudos acerca da prescrição específica de cada subtipo de exercício físico para cada subgrupo de doentes com dor neuropática. Ainda assim, o exercício físico proporciona inúmeros benefícios em termos de saúde e bem-estar, incluindo em quadros de dor neuropática, pelo que existe consenso sobre a importância de incentivar os doentes à prática de exercício físico.

Keywords