Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (Jun 1985)

Neurotoxicidade do oxamniquine no tratamento da infecção humana pelo Schistosoma mansoni

  • Silvino Alves de Carvalho,
  • Maria Aparecida Shikanai-Yasuda,
  • Vicente Amato Neto,
  • Mario Shiroma,
  • Francisco José Carchedi Luccas

DOI
https://doi.org/10.1590/S0036-46651985000300004
Journal volume & issue
Vol. 27, no. 3
pp. 132 – 142

Abstract

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Foram tratados com oxamniquine (dose oral única de 12,5 a 15 mg e 15 a 20 mg/kg de peso, para maiores e menores de 15 anos respectivamente) 180 indivíduos com esquistossomose mansoni, matriculados na Clínica de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. As idades variaram de 5 a 65 anos e as formas clínico-evolutivas prevalentes foram a intestinal e hepatointestinal. Os principais efeitos colaterais neuropsiquiátricos foram: sonolência (50,6%), tontura (41,1%), cefaléia (16,1%), amnésia transitória (2,2%), alterações de comportamento (1,7%), tremores (1,1%) e convulsão (1,1%). Em 20 indivíduos foi avaliada a neurotoxicidade da droga através de eletroencefalografia, antes e após o tratamento. Em 3 (15%), foram detectados alterações no traçado, sem contudo apresentarem manifestações clínicas neuropsiquiátricas. Os resultados demonstram ser o oxamniquine determinante de efeitos tóxico-colaterais na esfera neuropsiquiátrica.