Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (Jul 2020)

Avaliação de conhecimentos sobre exposição solar

  • Rita Meireles Pedro,
  • Catarina Sá Couto,
  • Daniela Almeida Ribeiro,
  • Mafalda Oliveira,
  • Raquel Lisboa,
  • Sandra Mimoso Guedes

DOI
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i3.12583
Journal volume & issue
Vol. 36, no. 3

Abstract

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Objetivos: Caracterizar o conhecimento dos utentes sobre os cuidados associados à exposição solar, os fatores de risco e sinais de alarme para neoplasia cutânea. Estudar a associação entre as variáveis: idade, sexo, escolaridade, fotótipo, antecedentes de neoplasia cutânea (pessoais ou em contactos próximos) e o nível de conhecimento dos utentes. Métodos: Estudo transversal. Durante os meses de abril e maio de 2018 foram entregues questionários de autopreenchimento, compostos por dados sociodemográficos, questões teóricas sobre exposição solar e seus riscos, fatores de risco e sinais de alarme para neoplasia cutânea aos utentes com idade igual ou superior a 18 anos que compareceram à consulta programada de seis Unidades de Saúde Familiar (USF). Foi realizada a análise estatística das suas variáveis, utilizando o software estatístico IBM SPSS Statistics®, assumindo-se um nível de significância de 5%. Resultados: Participaram 435 indivíduos, dos quais 29 não completaram o questionário, resultando numa amostra final de 406 indivíduos. Os inquiridos apresentaram uma média de idades de 47±17,1 anos (mínimo: 18; máximo: 89 anos) e 67% eram do sexo feminino. A pontuação média no questionário foi de 9,3±2,06 pontos (sendo a pontuação máxima de 13 valores), mais elevada nos inquiridos com idades entre 35 e 55 anos, nos mais escolarizados e nos inquiridos com fototipo 3. Os inquiridos mais velhos e aqueles com menor nível de escolaridade associaram-se a uma pontuação baixa a intermédia no questionário (p<0,001). Os inquiridos com conhecidos com diagnóstico de cancro de pele e os inquiridos com pele mais clara obtiveram uma pontuação mais elevada. No entanto, após ajuste para potenciais confundidores, verificou-se que apenas as variáveis escolaridade e tipo de pele mantiveram associação com o nível de conhecimentos. Conclusões: O nível de conhecimentos sobre a exposição solar encontrado é satisfatório, ainda que existam lacunas importantes relativamente ao conhecimento de formas de proteção, de fatores que aumentam o risco de cancro cutâneo e de sinais de alarme. Estes resultados corroboram a pertinência do estudo, evidenciando a relevância da realização de intervenções de educação para a saúde sobre o tema, considerando o seu previsível impacto na incidência e prevalência de neoplasia cutânea. Salienta-se ainda, na sequência deste estudo, a pertinência da realização de uma investigação sobre comportamentos da população relativamente à exposição e proteção solar.

Keywords