Revista Brasileira de Geomorfologia (Nov 2007)

Relação Solo-Relevo Em Vertentes Assimétricas No Parque Nacional Da Serra Dos Órgãos, RJ.

  • Éder de Souza Martins,
  • Osmar Abílio de Carvalho Júnior,
  • Vinícius Vasconcelos de Souza,
  • Antônio Felipe Couto Júnior,
  • Sandro Nunes de Oliveira,
  • Roberto Arnaldo Trancoso Gomes,
  • Adriana Reatto

DOI
https://doi.org/10.20502/rbg.v8i1.85
Journal volume & issue
Vol. 8, no. 1

Abstract

Read online

O estudo foi realizado no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), estado do Rio de Janeiro, no contexto da Serra do Mar e com vegetação típica da Mata Atlântica. O objetivo foi relacionar a organização do solo na paisagem, integrando os fatores pedológicos, geomorfológicos e geológicos. Os solos mostram seqüências assimétricas entre a vertente continental, mais suave, em relação à oceânica, com ruptura brusca de relevo. Os solos mostram polaridade evolutiva crescente entre o topo e base das vertentes. A vertente continental apresenta a seguinte toposseqüência com continuidade pedológica evolutiva: afloramentos rochosos, Neossolos Litólicos, Cambissolos, Argissolos e Latossolos. Por outro lado, a vertente oceânica mostra uma toposseqüência truncada, também com polaridade evolutiva do topo para a base: Afloramentos Rochosos, Cambissolos, Argissolos e Latossolos. A assimetria das vertentes é marcada pela escarpa oceânica formada por uma importante zona de falha na direção NE-SW. Nos compartimentos de Planalto os Neossolos Litólicos são associados localmente a Gleissolos, afloramentos  rochosos e Plintossolos Pétricos, desenvolvidos sobre granitos equigranulares e isotrópicos. No compartimento de Planalto Dissecado os Cambissolos são associados localmente a Plintossolos e Neossolos Litólicos e ocorrem sobre relevos multiconvexos relacionados com saprolitos de rochas gnáissicas ou de estrutura de fluxo ígneo. Os Argissolos são associados localmente a Latossolos e Chernossolos em depósitos formados em porções deprimidas de vales encaixados e formados por facetas trapezoidais. Estes ambientes refletem o contínuo processo de erosão por escorregamentos, movimentos de massa e quedas de blocos das porções mais elevadas e a intemperização destes materiais nas porções mais baixas.