Brazilian Journal of Infectious Diseases (Sep 2022)

EVOLUÇÃO DA COBERTURA VACINAL DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES REFERENTE ÀS VACINAS DO PRIMEIRO ANO DE VIDA NO ESTADO DA BAHIA

  • Keila da Silva Goes di Santo,
  • Mariana Souza Santos Oliveira,
  • Gilmar Santos Oliveira Junior,
  • Lindracy Luara Bollis Caliari,
  • Wemerson Oliveira Freitas,
  • Caroline Castro Vieira,
  • Flávia de Souza Santos,
  • Geser Mascarenhas de Barros,
  • Áurea Angélica Paste

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102505

Abstract

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Introdução: A vacinação representa uma das principais intervenções básicas responsáveis pela prevenção de milhões de mortes, sobretudo de crianças em seus primeiros anos de vida. No Brasil, a criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 1973 institucionalizou as políticas públicas de vacinação no país. Contudo, o uso das vacinas como importante instrumento de combate às doenças, tem sua efetividade atrelada a elevadas coberturas. Assim, diante da sinalização de queda nos índices de imunização durante o primeiro ano, a nível nacional, faz-se valer o estudo da cobertura vacinal desta população no estado da Bahia. Objetivo: Avaliar a variação percentual da cobertura vacinal do PNI para imunizantes ofertados no primeiro ano de vida no estado da Bahia, entre 2013 e 2021. Método: Trata-se de um estudo transversal utilizando como base de dados o TABNET/DATASUS, coletados em abril de 2022, referente ao estado da Bahia, no período de 2013 a 2021. Os dados foram tabulados no Excel 2019, onde foi realizado o cálculo de percentual de variação da cobertura vacinal no período estudado. Resultados: Entre 2013 e 2021, foi observada redução na cobertura vacinal de imunizantes ofertados no primeiro ano de vida, em ordem decrescente: febre amarela (-45%); BCG (-44%); primeira dose de Tríplice viral (-43%); Poliomielite (-40%); primeiro reforço de pneumocócica e meningocócica C (-39%); primeiro reforço de meningocócica C (-37%); rotavírus humano (-33%); pneumocócica (-32%) e pentavalente (-30%). Conclusão: Desse modo, identifica-se no estado da Bahia um preocupante cenário relacionado às baixas taxas de cobertura vacinal no período estudado. Apenas dois, dos nove imunizantes preconizados pelo PNI para a faixa etária de até um ano, não registram queda na cobertura. Essa tendência se alinha ao fenômeno que vem sendo identificado no cenário nacional nos últimos anos e que se agravou no ano de 2020, quando nenhuma das vacinas do calendário da criança atingiu as metas de coberturas. Supõe-se que tal realidade tenha estreita relação com o isolamento social imposto pela pandemia da COVID-19, que provocou muitas faltas nas atualizações vacinais. Cabe ressaltar a importância da vacinação como uma indispensável e eficaz medida de saúde pública a fim de conter e erradicar enfermidades imunopreveníveis. Sendo assim, urge a busca de estratégias para redução das taxas de abandono do esquema vacinal no estado da Bahia. O principal viés do estudo é a subnotificação.