Conversas & Controvérsias (Mar 2022)
Deafspace no Ciberespaço
Abstract
Atualmente cerca de 152 milhões de brasileiros usam a internet, sendo considerado o quinto país mais conectado à rede no mundo. Nesse mundo virtual, os surdos vêm se tornando um grupo cada vez mais usuário dessa ferramenta comunicacional. Aqueles que dominam somente a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio de comunicação – grande maioria – contam suas histórias e relatam suas visões de mundo a partir de uma modalidade linguística gesto- -visual, cuja principal forma de apreensão é a produção do texto imagético. Em geral, as línguas de sinais de cada país ainda são ágrafas, ou seja, não possuem uma forma de grafia consagrada, em parte por conta de sua tridimensionalidade. Desse modo, as redes sociais possibilitaram aos surdos o uso da língua de sinais não só na comunicação com seus pares, mas também na difusão do próprio movimento social em meio às pessoas não surdas. Assim, o presente artigo pretende traçar um debate entre o estudo das tecnologias digitais e o recente uso das redes sociais pelos artistas surdos na visibilidade do movimento social desse grupo através de suas produções artísticas. Para tal, utilizaremos o conceito do “espaço surdo” (deafspace) em diálogo com o ciberespaço e as possibilidades de se produzir ciberativismo.