Revista Filosófica de Coimbra (Mar 2019)

Media

  • Edmundo Balsemão Pires

DOI
https://doi.org/10.14195/0872-0851_55_2
Journal volume & issue
Vol. 28, no. 55

Abstract

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Devido à sua adoção no Inglês, as línguas nacionais divulgaram o termo de proveniência latina medium e o seu plural media para designar formas simbólicas e materiais de comunicação da sociedade moderna. O uso do termo no plural é recente e também a atenção teórica que despertou. É sob “Teoria dos Media”, “Filosofia dos Media”, “Filosofia dos novos Media”, etc. que a investigação empírica e teórica se tem desenvolvido nas últimas décadas em uma variedade de disciplinas e encruzilhadas disciplinares. O termo inglês sobrepõe‑se ao latino e assim desperta antigos ecos. Nas outras línguas nacionais a potenciação destas ressonâncias interlinguísticas poderá não ser a mesma, como acontece no Inglês. No entanto, em media o cruzamento do Inglês e do Latim revela acerca do termo aquilo que teoricamente e do ponto de vista semântico é necessário ter em conta, a saber ‑a mediação. Os termos medium e media não definem objetos isoláveis nos seus predicados materiais, mas, antes, uma polimorfia material na mediação, que está aí, no mundo da perceção, enquanto forma e/ou reproduz comunicação. Ao mesmo tempo que parecem designar formas da perceção, os media não são corpos ou organismos nem estados psíquicos. O presente trabalho dá conta dos problemas suscitados pelos nexos entre comunicação, perceção e técnica nos media, identifica a herança clássica nas Filosofias da Técnica e as viragens modernas. É uma reflexão meta‑teórica sobre teoria dos media.

Keywords