Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção (Mar 2022)

Persistência e subnotificação da esquistossomose mansônica em município da Zona da Mata de Minas Gerais

  • Randyston Brenno Feitosa,
  • Maria Alexandra de Carvalho Meireles,
  • Rovilson Lara

DOI
https://doi.org/10.17058/reci.v11i4.15643
Journal volume & issue
Vol. 11, no. 4

Abstract

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Justificativa e Objetivos: A esquistossomose mansônica é uma doença crônica negligenciada cuja causa é o Schistosoma mansoni, sendo endêmica no Brasil. Apresenta acometimento sistêmico e tem como manifestações clínicas desde dermatites até síndromes clínicas graves com manifestações neurológicas e/ou hepáticas, como cirrose hepática. Apesar de a incidência haver diminuído na última década, estima-se que haja subnotificação no país. Esta pesquisa teve como objetivo verificar a existência de subnotificação e a persistência do caráter endêmico da esquistossomose em um município no interior estado de Minas Gerais (MG) em 2016. Métodos: Trata-se de estudo transversal descritivo com base em dados secundários relativos a resultados positivos de exames parasitológicos e sorológicos para esquistossomose em residentes do município em sete dos oito laboratórios de análises clínicas existentes. Resultados: Dos 29.266 exames avaliados por todas as técnicas, 80 foram positivos, dos quais 50 casos foram confirmados, com prevalência estimada em 0,17% (IC95% 0,13-0,23%). Nesse ano, foram notificados também 31 casos de esquistossomose no SINAN-MG. Conclusão: A esquistossomose em Ponte Nova, MG, persiste com padrão epidemiológico de endemicidade e situação operacional de vigilância de subnotificação. Ressalta-se a importância de fortalecer ações de vigilância e de controle para a doença, incluindo a monitorização das áreas endêmicas para o vetor e o tratamento precoce dos pacientes com PSE positivo.

Keywords