Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Dec 2022)

Disparidade de Gênero na Autoria Principal e Sênior em Periódicos Brasileiros de Cardiologia

  • Claudio Tinoco Mesquita,
  • Aline Goneli de Lacerda,
  • Isabella Carolina de Almeida Barros Urel,
  • Eliete Dalla Corte Frantz,
  • Vinícius de Pádua Vieira Alves,
  • Luana Evelyn de Oliveira Amorim,
  • Bruna de Almeida Coutinho,
  • Letícia Rodrigues Dalben,
  • Juliana Cadilho da Silva Abrantes,
  • Vanessa Dias Veloso,
  • Luíza Lucchesi Cabral de Mello,
  • Gláucia Maria Moraes de Oliveira,
  • Fernando de Amorim Fernandes

DOI
https://doi.org/10.36660/abc.20220058
Journal volume & issue
Vol. 119, no. 6
pp. 960 – 967

Abstract

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Resumo Fundamento: Apesar da importância das mulheres na pesquisa clínica, não existe uma avaliação da fração de mulheres em posições de autoria nos periódicos de cardiologia da SBC. Objetivos: Avaliar a fração de mulheres autoras na International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS) e nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia (ABC Cardiol) nas últimas décadas. Métodos: Realizamos busca dos artigos originais dos ABC Cardiol, entre 2000 e 2019, e da IJCS, entre 2010 e 2019. Foi feito levantamento do número de primeiras e últimas autoras e do total de artigos originais de 2010 a 2019. Calculamos as proporções totais de autorias femininas e comparamos o primeiro quinquênio com o segundo. Para avaliar a evolução temporal das duas décadas, analisamos apenas dados dos ABC Cardiol. Utilizamos o teste Qui-quadrado para analisar as diferenças dentro de cada revista e entre ambas. O software IBM® SPSS® foi utilizado nas análises. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: De 2010 a 2019, foram publicados 1157 artigos originais nos ABC Cardiol e 398 na IJCS. Observamos que as mulheres têm maior predominância como primeiras autoras na IJCS em relação aos ABC Cardiol, mas os homens predominam como últimos autores em ambos. De 2010 a 2019, não houve modificação significativa na proporção de autorias femininas. Ao longo das décadas analisadas para os ABC Cardiol, houve projeção de crescimento linear de autorias femininas, sendo que a inclinação da reta é maior na projeção da primeira autoria que na autoria sênior. Conclusões: Há disparidade de gênero com menor representatividade feminina nas autorias dos artigos dos periódicos cardiológicos brasileiros analisados: Arquivos Brasileiros de Cardiologia e International Journal of Cardiovascular Sciences. Acreditamos que a partir destes resultados mais esforços devam ser implementados em busca de equidade de gênero na produção científica cardiológica veiculada por estes periódicos.

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