Revista Brasileira de História (Jan 2004)

A estratégia do confronto: a frente de mobilização <A NAME="tx01"></A>popular

  • Jorge Ferreira

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-01882004000100008
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 47
pp. 181 – 212

Abstract

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A bibliografia e a pesquisa universitária há muito tempo revelaram a participação de grupos conservadores e direitistas na conspiração e na execução do golpe militar de 1964. No entanto, tema ainda pouco freqüentado na bibliografia é o papel representado pelas esquerdas naquele processo. A imagem firmada é a de que a radicalização política, que culminou no golpe civil-militar, foi patrocinada tão-somente por elementos conservadores e reacionários, enquanto as esquerdas apenas defendiam as reformas e a democracia. Assim, ao longo da ditadura militar, surgiram diversas versões que se esforçaram para explicar os motivos do golpe, mas sem considerar a participação das esquerdas no processo de polarização política. O artigo recupera as estratégias de diversos grupos esquerdistas que atuaram no governo de João Goulart.For a long time, the academic research has shown the participation of conservative groups and right-wingers in the military putsch in 1964. However, little research has been done about the role played by left-wing supporters in this process. The consolidated idea states that only right-wingers supported the political radicalism, which resulted in the civil and military coup, while the left-wingers fought for political reforms and democracy. As so, along the dictatorship, many versions emerged to explain the putsch's reasons, but none of them considered the left-wingers participation in the political process of polarization. The article focuses on the political strategies from left-wing groups, which took part in João Goulart's government.

Keywords