Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

EP-352 - PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR DENGUE EM UMA REGIONAL DE SAÚDE DO NORTE DO PARANÁ

  • Renata Pires de Arruda Faggion,
  • Felipe Assan Remondi,
  • Edmilson de Oliveira,
  • Willian Herbert Noguti de Lima,
  • Fábio Garani,
  • Fabiane Silva de Oliveira,
  • Ana Claudia Tofalini,
  • Laura Alves Moreira Novaes,
  • Caroline Hermann

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 104256

Abstract

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Introdução: A dengue é uma infecção viral com evolução aguda, transmitida pela picada do mosquito fêmea Aedes aegypti exposta ao vírus. Por se tratar de uma doença endêmica em muitas regiões tropicais do país, representa um importante problema de saúde pública. Além disso, este agravo vem apresentando um aumento considerável no número de casos suspeitos e confirmados, tendo como consequência o aumento no número de óbitos. Objetivo: Analisar o perfil clínico-epidemiológico dos óbitos por dengue em uma regional de saúde do Norte do Paraná. Método: Estudo epidemiológico de caráter observacional e transversal dos óbitos por dengue que ocorreram no período de agosto de 2022 a junho de 2023. Para análise dos óbitos, utilizou-se dados secundários provenientes do Sistema Nacional de Agravos de Notificação, Sistema de Informações sobre Mortalidade e banco de dados da 17a Regional de Saúde do Norte do Paraná, na qual é contemplado 21 municípios. Os dados foram tabulados no WPS Office e planilhas Google, e posteriormente analisados no Looker Studio. Resultados: Houve aumento dos casos nas semanas 09/2023 a 15/2023, com queda a partir da semana 16/2023. Foram notificados 117.324 casos, sendo 78.542 casos prováveis e 53.658 confirmados, tendo o município de Londrina (35.528), Ibiporã (5.210) e Cambé (3.342) respectivamente, maior número de casos confirmados da doença. Seguindo os critérios de confirmação, 80,6% foram encerrados como clínico-epidemiológico e 19,1% laboratorial. Quanto a classificação, 44,3% foi classificado como dengue clássica, 1,4% com sinais de alarme e 0,1% como dengue grave. Em relação aos óbitos, foram investigados 49 casos, tendo predomínio de faixa etária 60 anos ou mais, em ambos os sexos, 72,0% dos óbitos possuíam comorbidades como hipertensão arterial com 80,6% e diabetes mellitus 66,7%. Dentre os óbitos, os sinais clínicos mais frequentes foram febre 61,2%, mialgia 59,2% e leucopenia 34,7%. Conclusão: Aumento expressivo do número de casos nos meses mais quentes e chuvosos do ano, ou seja, verão e outono (fevereiro a abril). Evoluíram para óbito os casos com idade ≥ 60 anos, em ambos os sexos, com presença de comorbidades e com sinais clínicos clássicos da dengue.