Revista Brasileira de Ciências Ambientais (Jul 2020)

FLUXO E ARMAZENAMENTO DE ÁGUA EM ALUVIÃO DO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO PARA ABASTECIMENTO DE PEQUENAS COMUNIDADES

  • Wendell José Soares dos Santos,
  • Anderson Luiz Ribeiro de Paiva,
  • Artur Paiva Coutinho,
  • Jaime Joaquim da Silva Pereira Cabral

DOI
https://doi.org/10.5327/Z2176-947820200639

Abstract

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A Região Nordeste tem grande parte do seu território inserida no semiárido, que é caracterizado por níveis pluviométricos anuais relativamente baixos, e onde a situação de acesso à água é agravada nas zonas rurais com o abastecimento convencional deficitário. Uma das alternativas para essas regiões é a utilização da água subterrânea, porém muitas vezes esses mananciais são explorados sem conhecimento do seu comportamento. Para auxiliar os gestores a entender e gerenciar melhor os aquíferos, faz-se uso de modelos computacionais que representam a situação do ambiente real. O presente trabalho objetivou avaliar o acúmulo de água na aluvião em um trecho de rio dessa região e desenvolver um modelo numérico de fluxo subterrâneo do meio poroso. Foram realizados testes de infiltração com o método Beerkan em três pontos da área de estudo com coletas para análise granulométrica do solo, onde foi possível obter a curva granulométrica e os parâmetros hidrodinâmicos e construir as curvas de infiltração, de retenção de água e de condutividade hidráulica do solo. Caracterizou-se o solo como preponderantemente arenoso, com tempo de infiltração variando com a profundidade, e seus valores médios de condutividade hidráulica e de umidade saturada foram de 1,84 x 10-4 m/s e 0,44, respectivamente. O solo apresentou baixa capacidade de retenção para os pontos ensaiados. Construiu-se um modelo da aluvião utilizando o programa computacional Visual MODFLOW, e, com o monitoramento dos níveis de água, alcançou-se um modelo numérico satisfatório. Os resultados obtidos por mapas potenciométricos de cargas hidráulicas ajustaram-se às observações. Também foi possível observar o rebaixamento do lençol freático, apresentando situação crítica em cenários futuros, com o prolongamento da estiagem.

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