Revista Brasileira de Ciência do Solo (Apr 2009)

Genesis of the sombric horizon in ultisols (red argisols) in southern Santa Catarina, Brazil Gênese do horizonte sômbrico em argissolos vermelhos do sul de Santa Catarina

  • Jaime Antonio de Almeida,
  • Denis Cesar Cararo,
  • Antônio Ayrton Auzani Uberti

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-06832009000200018
Journal volume & issue
Vol. 33, no. 2
pp. 405 – 416

Abstract

Read online

Dark subsurface horizons, with properties similar to the sombric horizon characterized by the USA Soil Taxonomy, are frequent in Southern Brazil. The genesis of this horizon is controversial and poorly understood. This study aimed to describe the occurrence of sombric-like horizons in Ultisols in the South of Santa Catarina State, at low altitudes, and suggest possible processes of humus transference, accumulation and persistence in these horizons. Physical, chemical and mineralogical properties of four Ultisols were evaluated; three were sampled in a toposequence, and another representative one in an isolated profile (RSP). The dark subsurface horizons coincide with the AB and BA transitional genetic horizons; they are acid, low in base saturation, and have a similar clay mineralogy in all horizons. Very high amounts of Fe and Al extracted by ammonium oxalate and sodium pyrophosphate solution as well as maximum Al extracted by CuCl2 solution were observed in these dark subsurface horizons, indicating a possible migration of these elements in the form of organometallic complexes. The contents of Al plus ½ Fe extracted from the RSP soil horizons with ammonium oxalate indicated spodic materials in the sombric-like horizon, although the soil morphology was not compatible with Spodosols. Maximum contents of fine clay were also found in the sombric-like horizon, suggesting Fe and Al migration as clay-humic substances. However, the hypothesis that sombric-like horizons in these soils are a relict feature of a grass paleovegetation, different from the current dense seasonal forest, should not be discarded but investigated in further studies.Horizontes subsuperficiais escuros, similares ao sômbrico da Soil Taxonomy (EUA), são frequentes em solos do Sul do Brasil. A gênese desse horizonte, entretanto, é controvertida, havendo poucos estudos sobre o tema. O presente trabalho objetivou descrever a ocorrência de horizontes com morfologia similar à do sômbrico em Argissolos do extremo sul de Santa Catarina, em condições de baixa altitude, bem como sugerir possíveis mecanismos responsáveis pela transferência, acumulação e permanência do húmus nesses horizontes. Foram descritos e amostrados três perfis de Argissolos Vermelhos numa topossequência e num perfil isolado, representativo dessa classe de solo, os quais foram avaliados quanto a vários atributos físicos, químicos e mineralógicos. Os horizontes subsuperficiais escuros coincidem com horizontes genéticos AB e, ou, BA, são ácidos e pobres em bases e têm mineralogia da fração argila similar à dos horizontes sub e sobrejacentes. Os valores máximos de Fe e Al extraídos com oxalato de amônio e com pirofostato de sódio ocorreram nesses horizontes transicionais escuros, assim como o teor de Al extraído com solução de CuCl2, indicando possível migração destes elementos na forma de compostos organometálicos. Os teores de Al + ½ Fe extraídos com oxalato de amônio nos horizontes sômbricos são compatíveis com os teores da definição de material espódico, embora o solo não apresente morfologia compatível com a dos solos da classe Espodossolo. Máximos valores de argila fina também foram constatados no horizonte sômbrico, sugerindo que o Fe e o Al possam ter migrado na forma de compostos argilo-húmicos. Entretanto, não pode ser desconsiderada a hipótese (que necessita de maiores investigações para sua comprovação) de que estes horizontes sômbricos sejam uma feição relíquia de uma paleovegetação graminosa diferente da atual floresta estacional densa.

Keywords