Revista Brasileira de Educação Médica ()

Percepção sobre o Internato de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro pelos Preceptores do Serviço na Atenção Básica: um Estudo de Caso

  • Salesia Felipe de Oliveira,
  • Antônio José Ledo Alves da Cunha,
  • Anete Trajman,
  • Clotilde Teixeira,
  • Maria Kátia Gomes,
  • Vera Halfoun

DOI
https://doi.org/10.1590/1981-52712015v41n1rb20160031
Journal volume & issue
Vol. 41, no. 1
pp. 79 – 85

Abstract

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RESUMO Introdução O preceptor é entendido como o profissional da rede assistencial que tem importante papel na inserção do graduando e do recém-graduado na prática profissional. Entretanto, estudos sobre o ensino da prática médica na Estratégia Saúde da Família (ESF) têm mostrado inadequações na qualidade, na capacitação e no tempo destinado pelos preceptores aos estudantes. No município do Rio de Janeiro (RJ), a expansão da ESF se deu tardiamente, o que resultou num vácuo da inserção do aluno de Medicina na rede. Objetivo Conhecer as percepções dos médicos preceptores da Estratégia Saúde da Família quanto à sua atuação junto aos internos de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Método Pesquisa exploratória, do tipo estudo de caso, de abordagem qualitativa, realizada no município do RJ. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, entre setembro de 2011 e março de 2012, com 15 preceptores das seis Clínicas da Família que recebem internos de Medicina da UFRJ. As entrevistas foram gravadas, transcritas, lidas e tratadas por meio da técnica de análise de conteúdo temática, da qual emergiram cinco categorias: estímulo e motivação; valorização; capacitação; mundo real versus mundo acadêmico; integração ensino-serviço. Resultados Os preceptores se sentem reconhecidos e estimulados pelos alunos, mas não sentem a valorização pela chefia do serviço, que não libera espaço físico e horário para as atividades. Há uma boa relação estabelecida com os tutores e os alunos da UFRJ, mas desejam receber capacitação para a preceptoria e estreitar o vínculo com a UFRJ. Percebem o tempo destinado ao aluno como precioso e ao mesmo tempo desafiador, estimulando-os a repensar suas práticas do cuidado. Reconhecem no estágio a oportunidade para os internos vivenciarem na prática o que foi apreendido na teoria. Conclusão A prática de preceptoria encontra sustentação na boa relação estabelecida entre os preceptores, tutores e alunos, mas são necessários esforços para a valorização dos profissionais que desempenham esta prática.

Keywords