Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

MORTALIDADE PRECOCE EM LEUCEMIAS AGUDAS: ANÁLISE DOS PACIENTES COM ATÉ 30 DIAS DE DIAGNÓSTICO

  • DS Medeiros,
  • MHF Nascimento,
  • RDA Soares,
  • MFLD Santos,
  • ML Valadares,
  • EMS Paiva

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S222 – S223

Abstract

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Objetivos: Analisar a taxa de mortalidade precoce, neste estudo definiu como até 30 dias de diagnósticos de Leucemia Aguda, e a distribuição de acordo com a idade dos pacientes que residiam no Rio Grande do Norte. Material e métodos: O estudo possui abordagem quantitativa, prospectiva, descritiva e analítica. Incluindo pacientes de todas as idades, com diagnóstico de leucemia aguda no Rio Grande do Norte, entre setembro de 2020 a julho de 2023, acompanhados através do projeto de pesquisa “Análise clínica-epidemiológica dos portadores de doenças hematológicas”. Foram coletados os dados através de entrevista com os pacientes e prontuários e exames complementares nos hospitais do estado que tratam leucemia aguda. Resultados: A taxa de mortalidade de pacientes com até 30 dias de diagnóstico foi de 23,4%, 22 óbitos para um total de 94 casos registrados. Sendo que 54,5% desses óbitos estão entre 61 a 80 anos, 23,7% estão entre 41 e 60 anos, 18,2% estão entre 19 e 40 anos. Em relação ao tipo de leucemia aguda 81,8% dos óbitos está relacionado a Leucemia Mieloide Aguda não M3, 13,6% a Leucemia Linfoide Aguda B. Ademais, um dos principais fatores para definir o prognóstico, através do exame de citogenética, não foi possível de realizar em todos os pacientes, pois faltou a informação do exame, assim dos 22 pacientes apenas 4 fizerem, sendo 3 normais e 1 com t(8;21)(q22;q22.1). Discussão: O prognóstico da doença, geralmente, é condicionado por fatores como idade e subtipo leucêmico. Entretanto, nesse caso o diagnóstico tardio e o tratamento de suporte inadequado podem ser fatores que alteram a taxa de sobrevida. Não obstante, observa-se que a maioria dos pacientes que foram a óbito até 30 dias de diagnóstico apresentam um fator de mau prognóstico, nesse caso ter acima de 60 anos. Pacientes idosos são, comumente, mais suscetíveis a infecções secundárias e têm uma pior resposta ao tratamento quando comparado aos mais jovens. Ademais, a necessidade de investigação diagnóstica aprimorada, especialmente no que se refere aos exames de citogenética para a correta classificação do subtipo leucêmico. A baixa proporção de pacientes que realizam esse tipo de exame sugere a importância de ampliar sua disponibilidade no sistema público de saúde e utilização, pois essa informação é crucial para definir abordagens terapêuticas mais precisas e eficazes. Conclusão: A elevada taxa de mortalidade precoce encontrada na amostra é preocupante e apontada para a possibilidade de que o diagnóstico tardio possa ser crucial para esse resultado. O atraso na detecção da doença pode resultar em perda de oportunidades terapêuticas e maior comprometimento do estado de saúde dos pacientes. É fundamental que ações sejam implementadas para a conscientização da população e capacitação dos profissionais de saúde, visando o diagnóstico precoce e o encaminhamento adequado dos pacientes suspeitos. Com esse intuito, é necessário a implementação de fluxos de atenção e encaminhamento e o fortalecimento da rede de cuidado e atenção à saúde integral para esses pacientes a fim de proporcionar o adequado acompanhamento. Por fim, chama-se a atenção a predominância de pacientes idosos entre os óbitos ocorridos até 30 dias após o diagnóstico. Essa constatação sugere que essa faixa etária merece atenção especial no manejo clínico da leucemia aguda. Abordagens terapêuticas adaptadas às necessidades e fatores protetores dos pacientes idosos podem contribuir para melhorar a sobrevida.