Geologia USP. Série Científica (Dec 2013)
Aspectos deposicionais, diagenéticos e estratigráficos de microfácies da Formação Riachuelo, Albiano, Bacia de Sergipe, Brasil
Abstract
As rochas da Formação Riachuelo, Bacia de Sergipe, Brasil, representam um exemplo de sedimentação carbonática relacionada à fase drift, durante a abertura do oceano Atlântico Sul. As pedreiras Carapeba e Brejo exibem os melhores afloramentos onshore da seção carbonática drift em toda margem continental brasileira. Estudos de campo e análises microfaciológicas da seção sedimentar aflorante evidenciaram seis tipos de depósitos sedimentares relacionados à fisiografia de uma plataforma carbonática. Depósitos proximais mistos são representados por dolomitos ricos em terrígenos. Níveis alternados de arenitos e siltitos são aqui relacionados às fácies distais de leques subaquosos. Mudstones com miliolídeos e textularídeos representam ambiente lagunar em plataforma média, semirrestrita. Packstones, grainstones e eventualmente wackestones com oncólitos, intraclastos e peloides representam depósitos sedimentares relacionados à retaguarda de bancos arenosos rasos e ambientes na interface com a laguna. Grainstones com oólitos, oncólitos, intraclastos e bioclastos, com estratificação cruzada acanalada, representam ambiente de shoreface sobre o banco carbonático raso na plataforma externa. Os cimentos e outras feições pós-deposicionais observadas sugeriram diagênese progressiva em quatro ambientes diagenéticos: a) marinho freático com circulação de águas; b) marinho freático com água estagnada; c) meteórico freático; d) ambiente de soterramento. Os pacotes sedimentares formam ciclos de rasamento ascendente, sobrepostos no topo por uma provável superfície transgressiva, o que pode indicar a passagem de um trato de sistema de mar baixo para um trato de sistema transgressivo.