Revista Portuguesa de História (Sep 2022)

O Monge de Cister de Alexandre Herculano

  • Maria Helena da Cruz Coelho

DOI
https://doi.org/10.14195/0870-4147_53_1
Journal volume & issue
Vol. 53

Abstract

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Alexandre Herculano, um intelectual romântico, comungando dos valores e ideais do liberalismo, defendia um projeto de educação nacional em que a história, a literatura e a moral contribuíam para a formação das gerações no amor à Nação e no empenhamento pela sua regeneração. O conhecimento da história e o culto da história atravessavam todas as manifestações intelectuais românticas, como a poesia, o romance, a novela, o teatro. Logo Herculano convocou os seus conhecimentos e desmultiplicou a sua atividade entregando-se à escrita científica da história, à preservação dos documentos históricos e à divulgação e acessibilização histórica em periódicos ou em literatura ficcionada de romances e dramas históricos. Os romances históricos de Alexandre Herculano, O Bobo, Eurico o Presbítero e O Monge de Cister, e a maioria da sua literatura ficcionada, desde logo Lendas e Narrativas, centram-se na Idade Média, a época preferida dos românticos, e aquela a que este escritor se devotou inteiramente como historiador, romancista e diplomatista. Neste estudo iremos analisar o romance O Monge de Cister, essencialmente numa perspectiva histórica. Percorreremos a narrativa e atentaremos nas figuras políticas que nela se representam e no período histórico em que se enquadram as situações ficcionadas. Deter-nos-emos sobre a ambiência social e cultural que nos é retratada por Herculano. E procuraremos captar na prosa do romance os ideais que, pelas lições do passado, Herculano advogava e queria transmitir aos seus leitores.

Keywords