Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)
Uso racional e descarte consciente de medicamentos: um relato de experiência na atenção básica do SUS
Abstract
Introdução: Farmácia caseira é definida como a guarda de medicamentos, tanto os que estão em uso quanto aqueles de uso esporádico. Apesar de ser uma prática comum na sociedade brasileira, o acúmulo de medicamentos nos domicílios pode desencadear agravos na saúde e propiciar atraso no diagnóstico e na terapêutica, desperdícios como perdas por validade e o descarte inadequado dos medicamentos. Objetivo: Relatar as experiências provenientes das atividades extensionistas relativas à promoção de ações educativas sobre farmácias caseiras e descarte consciente de medicamentos na Estratégia Saúde da Família (ESF). Métodos: Tratase de um relato de experiência do plano de trabalho extensionista intitulado Promoção de ações educativas sobre farmácias caseiras e descarte consciente de medicamentos na ESF, realizado na Unidade Saúde da Família (USF) II do bairro Campo Limpo de Feira de SantanaBA, no período de maio de 2016 a janeiro de 2017. Foram realizadas ações de elaboração e divulgação de materiais educativos como folder e cartaz, visitas domiciliares e salas de espera. Resultados:No período inicial foram realizadas reuniões, grupos de estudos e pesquisa bibliográfica sobre o tema. No campo de intervenção realizou-se um período de observação para compreender o fluxo de atendimento e dos serviços, bem como estabelecer um contato com a equipe de saúde. Posteriormente, foram elaborados materiais educativos destinados ao trabalho em comunidade: um folder “Farmácias caseiras e descarte de medicamentos: o que saber?; e um cartaz com a localização dos pontos de coleta para medicamentos vencidos e avariados do município. Estes materiais foram divulgados em ações do HIPERDIA, salas de espera, grupos de gestantes, feiras de saúde e visitas domiciliares. As visitas domiciliares foram realizadas em 30 residências previamente selecionadas pelos Agentes Comunitários de Saúde para acompanhar o uso, acondicionamento e descarte de medicamentos nas residências pelos usuários, bem como fornecer esclarecimentos necessários, conforme a realidade e dificuldades encontradas em cada domicílio. Conclusão: As ações desenvolvidas e os resultados alcançados pelo programa de extensão contribuíram de forma positiva para todos os sujeitos envolvidos, já que os objetivos estabelecidos foram atingidos. Neste sentido, esse plano de trabalho pode ter contribuído para criar condições para discussão sobre a questão dos medicamento, bem como provocar os sujeitos da saúde para a reflexão e modificação de práticas relativas ao uso racional e descarte adequado desses produtos. Assim, a discussão sobre o descarte deve ser pauta não só no espaço político, mas também na academia e serviços de saúde.