Acta Médica Portuguesa (Jun 2021)

Alojamento Conjunto, Amamentação e Seguimento Neonatal de Recém-Nascidos de Mãe com COVID-19

  • Isabel Brito,
  • Rita Sousa,
  • Bruno Sanches,
  • João Franco,
  • Susana Marcelino,
  • Anselmo Costa

DOI
https://doi.org/10.20344/amp.15441
Journal volume & issue
Vol. 34, no. 7-8

Abstract

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Introdução: Dada a evidência crescente de maior benignidade da COVID-19 no recém-nascido, surgiram recomendações de promoção do alojamento conjunto e da amamentação. O principal objetivo do estudo foi avaliar a segurança dessa abordagem, através do risco de infeção neonatal grave. Material e Métodos: Estudo observacional prospetivo de abril 2020 a fevereiro 2021 da abordagem hospitalar e seguimento após a alta dos recém-nascidos de mãe com COVID-19 num hospital com apoio perinatal diferenciado, onde foram advogados o alojamento conjunto e amamentação, sempre que possível. Recolhemos os dados no internamento e em seguimento telefónico durante o período neonatal. Resultados: Incluímos 77 recém-nascidos de mãe com COVID-19 (3,8% do total de recém-nascidos), com medianas de idade gestacional 39 semanas e 5 dias e 2370 g de peso à nascença; destes, 9% nasceram pré-termos (versus 12% pré-termos no total de recém-nascidos). Todos estiveram em alojamento conjunto e 4% foram admitidos transitoriamente na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais; um total de 88% recém-nascidos tiveram alta até ao terceiro dia de vida, 97% tiveram alta sob aleitamento materno e 90% mantinham-no no fim do período neonatal. Dos 63 recém-nascidos com seguimento telefónico completo, oito tiveram sintomas compatíveis com COVID-19, três dos quais com observação médica. Em 40% dos casos não houve consulta médica de vigilância após a alta. Houve 5% recém-nascidos com COVID-19 (num total de quatro, registámos um quadro ligeiro e três assintomáticos), sem particularidades no internamento ou seguimento. Discussão: A infeção neonatal foi incomum, não houve quadros graves nem maior incidência de prematuridade. O alojamento conjunto e a amamentação foram práticas seguras, devendo ser promovidas desde que clinicamente possível. Destacamos que a vigilância de saúde após a alta necessita de ser melhorada. Conclusão: Os recém-nascidos de mãe com COVID-19 podem ser mantidos em alojamento conjunto e sob aleitamento materno exclusivo.

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