Arquivos de Gastroenterologia (Apr 2000)

A importância da endoscopia digestiva alta com solução de lugol no diagnóstico de câncer superficial e displasia em esôfago de doentes com neoplasias de cabeça e pescoço

  • Alfio José TINCANI,
  • Nelson BRANDALISE,
  • Nelson Adami ANDREOLLO,
  • Luiz Roberto LOPES,
  • Ciro Garcia MONTES,
  • Albina ALTEMANI,
  • Antonio S. MARTINS

DOI
https://doi.org/10.1590/S0004-28032000000200007
Journal volume & issue
Vol. 37, no. 2
pp. 107 – 113

Abstract

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Os tumores localizados em região de cabeça e pescoço apresentam alta incidência em nosso meio, principalmente se associados com fatores etiológicos ligados aos hábitos de etilismo e tabagismo. Estes mesmos hábitos relacionam-se também com a incidência de câncer em esôfago. Assim sendo, é de se esperar que estes pacientes venham a apresentar outra neoplasia primária neste último órgão. Foi realizado estudo prospectivo com 60 pacientes portadores de câncer em mucosa da região de cabeça e pescoço na Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e no Serviço de Endoscopia Digestiva do Gastrocentro - UNICAMP, com o objetivo de diagnosticar neoplasias malignas superficiais no esôfago, caracterizadas como segundo tumor primário, e displasias. A endoscopia digestiva alta foi indicada utilizando-se a solução de lugol a 2%, para coloração do epitélio esofagiano, evidenciando-se em 33 pacientes (55%), 42 áreas iodo-claras (suspeitas de neoplasias), que foram submetidas a biopsias para estudo anatomopatológico. Foram diagnosticados cinco carcinomas superficiais de esôfago (8,3%), sendo que três deles eram intra-epiteliais -- in situ (5,0%) e cinco áreas de displasia (8,3%). Concluiu-se que o método de coloração da mucosa esofagiana com a solução de lugol a 2%, através da endoscopia digestiva alta, apresenta alta sensibilidade e baixa especificidade para o diagnóstico de um segundo tumor primário e de displasia, em pacientes portadores de carcinoma em mucosa de região de cabeça e pescoço.

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