Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material (Dec 2024)

Cultura escrita e práticas sociais: a natureza do conhecimento filosófico-natural produzido nos espaços coloniais do Império Atlântico português (século XVIII)

  • Gisele Cristina da Conceição

DOI
https://doi.org/10.11606/1982-02672024v32e26
Journal volume & issue
Vol. 32

Abstract

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Derivados de motivações políticas, sociais e econômicas, o conhecimento sobre o mundo natural dos espaços coloniais portugueses ao longo do período moderno, mas principalmente, a partir da segunda metade do século XVIII, foi produzido a partir de séries de dinâmicas que pretendiam responder ao repto Imperial de conhecer e dar a conhecer as potencialidades naturais que pudessem ser úteis para o motor econômico do Império. Tais dinâmicas acabaram por formar uma engrenagem composta por instituições metropolitanas e coloniais, assim como, por agentes oficiais e não oficiais, que controlaram e produziram o conhecimento sobre a filosofia natural daquele período. Este conhecimento, no âmbito deste artigo, será analisado a partir de duas linhas de pensamento: o da cultura escrita como instrumento de circulação de conhecimento, e o do conhecimento como instrumento de inserção social. O objetivo principal, portanto, é compreender qual é a natureza do conhecimento sobre filosofia natural produzido no Brasil durante a segunda metade do século XVIII observável nas fontes documentais. Também é foco de análise, a importância dada a esse conhecimento nas práticas sociais estabelecidas entre os agentes informais e as instituições oficiais metropolitanas.

Keywords