Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS: ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO CLÍNICO NA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NA DETECÇÃO E RESOLUÇÃO PROBLEMAS RELACIONADOS A MEDICAMENTOS

  • LP Lindenmeyer,
  • SS Soares

Journal volume & issue
Vol. 45
p. S882

Abstract

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Objetivos: Analisar os PRMs identificados e as intervenções farmacêuticas (IF) realizadas nos pacientes que realizaram TCTH autólogo, bem como a aceitabilidade das mesmas pela equipe multiprofissional. Métodos: Estudo retrospectivo, que descreve o perfil de PRMs e IF sugeridas pela farmácia clínica na Hematologia/TCTH do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) de 2021 a 2023 nos pacientes que realizaram TCTH autólogo. A detecção de PRMs foi realizada por meio do acompanhamento dos pacientes e das informações disponíveis em prontuário. Para classificação dos PRMs foram utilizadas bases de dados e para graduar as reações adversas foi utilizado o Common Terminology Criteria for Adverse Events v 5.0. Para a análise descritiva, foram calculadas frequências, médias e desvio padrão. Resultados: Foram acompanhados 27 pacientes, sendo a maioria do sexo masculino (68,2%; n = 15). A média de idade foi de 56,6 anos (DP = 10,7; 31 a 72 anos). Os pacientes utilizavam em média 4,3 medicamentos antes do TCTH. Apenas três pacientes não apresentavam comorbidades prévias e 14 (63,6%) eram hipertensos. O protocolo de condicionamento mais utilizado foi o melfano 200 mg/m2 (n = 14). Foram identificados 135 PRMs (cerca de cinco problemas por paciente), que geraram um total de 61 intervenções farmacêuticas. O principal problema encontrado foi a ocorrência de reações adversas (52,2%; n = 70), seguido da necessidade de inclusão de medicamento adicional (15%; n = 17), necessidade de ajustes de doses (3,6%; n = 4) e orientação quanto ao aprazamento ou preparo dos medicamentos (3,6%; n = 4). As reações adversas mais frequentes foram mucosite (n = 17) e neutropenia febril (n= 17). Das intervenções propostas, 55 foram aceitas pela equipe (90,2%), seis não foram aceitas (9,8%) e em 57 não havia necessidade de aceitação ou mudanças na prescrição ou administração dos medicamentos (intervenções informativas). Conclusões: Através da caracterização dos PRM, bem como das intervenções realizadas, torna-se possível resolvê-los, otimizando desfechos e promovendo a revisão dos medicamentos em uso pelo paciente. Desta forma, o papel do farmacêutico na equipe multiprofissional, sobretudo no TCTH, se consolida visando à segurança do paciente, a efetividade do tratamento, a qualidade do serviço e a redução de custos, justificando assim a realização deste trabalho.