Revista Portuguesa de Cardiologia (Aug 2018)

Knowledge about cardiovascular disease in Portugal

  • Nelson Andrade,
  • Elisabete Alves,
  • Ana Rute Costa,
  • Pedro Moura-Ferreira,
  • Ana Azevedo,
  • Nuno Lunet

Journal volume & issue
Vol. 37, no. 8
pp. 669 – 677

Abstract

Read online

Objectives: To characterize specific knowledge on cardiovascular disease, particularly stroke and myocardial infarction (MI), and its relationship with sociodemographic factors, health literacy and clinical history, among the Portuguese population. Methods: In a cross-sectional study conducted in 2012, a total of 1624 Portuguese-speaking residents of mainland Portugal, aged between 16 and 79 years, were assessed through face-to-face interviews using a structured questionnaire. Results: Around 30% of participants were unable to estimate the risk of MI or stroke. On average, those who responded estimated that 34.2% and 35.6% of Portuguese will suffer a stroke or MI, respectively, during their lifetime. “Not smoking” (36.8%) and a “healthy diet” (32.8%) were identified as the most important behaviors for prevention of cardiovascular disease, and less than half of the participants responded that the most appropriate option in the presence of acute cardiovascular signs or symptoms was to call the emergency number. “Dependence on daily activities” (90.7%) and “impaired speech” (89.8%) were frequently recognized as consequences of stroke, while “heart failure” (86.4%) and “dependence on daily activities” (85.3%) were the most frequently identified consequences of MI. Overall, participants with adequate health literacy revealed more appropriate cardiovascular health-related knowledge. Conclusions: There are important gaps in cardiovascular health-related knowledge in the Portuguese population. Health education strategies and practices should be sensitive to the differences in health literacy described herein, in order to improve cardiovascular health knowledge among the Portuguese population. Resumo: Objetivos: Caracterizar o conhecimento específico sobre a doença cardiovascular (DCV), nomeadamente o acidente vascular cerebral (AVC) e o enfarte agudo do miocárdio (EAM), da população portuguesa, de acordo com fatores sociodemográficos, literacia em saúde e história clínica. Métodos: Num estudo transversal realizado em 2012, foram avaliados 1624 residentes em Portugal continental, entre 16 e 79 anos, através de entrevistas presenciais com questionário estruturado. Resultados: Cerca de 30% dos participantes não conseguiram estimar o risco de AVC e EAM. Em média, os que responderam estimaram que 34,2% e 35,6% dos portugueses sofrerão um AVC ou um EAM durante a sua vida, respetivamente. «Não fumar» (36,8%) e uma «dieta saudável» (32,8%) foram identificados como os comportamentos mais importantes para prevenção da DCV e menos de metade dos participantes respondeu «telefonar para o 112» como opção correta perante a presença de sinais ou sintomas de eventos cardiovasculares agudos. A «dependência nas atividades diárias» (90,7%) e as «perturbações da fala» (89,8%) foram frequentemente reconhecidas como consequências de AVC, enquanto a «insuficiência cardíaca» (86,4%) e «dependência nas atividades diárias» (85,3%) foram as consequências de EAM identificadas com maior frequência. Em geral, participantes com literacia em saúde adequada revelaram um conhecimento em saúde cardiovascular mais apropriado. Conclusões: Verificaram-se importantes lacunas no conhecimento específico sobre a doença cardiovascular da população portuguesa. As estratégias e práticas de educação em saúde devem ser sensíveis às diferenças descritas de acordo com o nível de literacia em saúde, de forma a melhorar o conhecimento em saúde cardiovascular da população portuguesa. Keywords: Cardiovascular disease, Health information management, Health knowledge, Primary prevention, Palavras-chave: Doenças cardiovasculares, Gestão da informação em saúde, Conhecimento em saúde, Prevenção primária