Revista Educação e Cultura Contemporânea (Jul 2016)

Lógica natural ou algoritmo?

  • Tarso B. Mazzotti

DOI
https://doi.org/10.5935/reeduc.v1i2.2289
Journal volume & issue
Vol. 1, no. 2

Abstract

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As mais diversas teorias que tratam do senso comum postulam a necessidade de explicitar a lógica envolvida no “pensamento natural”, dentre elas a das representações sociais estabelecida por Moscovici (1976 [1961]). Este artigo propõe substituir os estudos que visam estabelecer uma lógica natural pela busca dos procedimentos que estabelecem o “ser de algo”, em qualquer contexto, pois, é desses procedimentos que são retiradas as premissas dos silogismos, segundo as finalidades próprias das situações argumentativas. Estas situações são: a) as do ensino, no qual o silogismo demonstrativo requer a não contradição entre os enunciados; b) a dialética, que envolve um debate que permite a escolha entre enunciados contraditórios; e c) a situação retórica, na qual se busca persuadir. A diferença entre estas situações encontra-se nas premissas admissíveis, não na forma dos silogismos. Entre estes silogismos há uma circularidade que revela o modo de operar dos locutores e auditores, mas não uma lógica, pois se trata de procedimentos ou algoritmos ou “receitas” que visam efetivar o desejado em contextos determinados. A explicitação destes procedimentos é realizável pela exposição das linhas de argumentação, que se conformam às metáforas utilizadas para instituírem o “real”, das quais são retiradas as premissas predicativas dos silogismos.