ReDiPE (Dec 2022)
A dimensão afetiva e a Etnomatemática: relação de sentido e caminhos possíveis
Abstract
Ao dar sentido a matemática escolar torna-se possível compreender a matemática do sentido no olhar dos estudantes. Partindo do objetivo de apresentar a dimensão afetiva do Programa Etnomatemática como um aporte teórico viável, entendemos que ocorre o fortalecimento das culturas, caminho para a aprendizagem significativa, já que partimos do que está ancorado na estrutura cognitiva dos estudantes para desenvolver os processos de ensino e de aprendizagem. Transitamos pela afetividade proposta por Wallon (1986a, 1986b, 2005) a qual envolve emoções, sentimentos e paixões, que afetam diretamente a apropriação do conhecimento matemático escolar pelos estudantes, traçamos caminhos possíveis de sentido. Além disso, focamos autores como D’Ambrosio (2020, 2019, 2011), Mattos (2020a, 2020b, 2016), Ausubel (2000, 1968), entre outros, para embasar teoricamente as possibilidades da dimensão afetiva, no sentido de transpor aprendizagens de tonalidades desagradáveis, tornando-as agradáveis, frente aos conceitos matemáticos escolares. A apropriação do conhecimento matemático escolar com tonalidades desagradáveis inviabiliza o despertamento para aprender criativamente. A pesquisa baseia-se em análises bibliográficas que trazem contribuições para a construção da dimensão afetiva do Programa Etnomatemática, principalmente na análise da tese de doutorado de um dos autores. Constatamos que modificar possibilidades de aprendizagem por meio de um ensino criativo e inovador é um dos caminhos que contribuem para aliar as culturas vivenciadas pelos estudantes na contextualização dos conceitos matemáticos escolares. Concluímos com a certeza de que a dimensão afetiva coaduna com o pensamento do idealizador do Programa Etnomatemática, bem como, traz diferentes recursos para compreender o desenvolvimento da aprendizagem significativa dos estudantes.