Afro-Ásia (Jun 2021)

Tecendo redes imperiais: uma dimensão asiática do comércio britânico de escravos no Atlântico no século XVIII

  • Kazuo Kobayashi

DOI
https://doi.org/10.9771/aa.v0i63.38307
Journal volume & issue
no. 63

Abstract

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O século XVIII assistiu ao desenvolvimento da economia escravista atlântica, sustentada pela constante oferta de mão de obra do continente africano. Para comprar cativos africanos na costa do Atlântico, os mercadores estrangeiros tinham que atender às demandas expressas dos africanos, notadamente os tecidos indianos de algodão, que se tornaram o “carro-chefe” das mercadorias. Nesse período, o comércio anglo-asiático, conduzido pela Companhia Britânica das Índias Orientais, desempenhou um papel central no fornecimento de têxteis indianos para os comerciantes de escravos britânicos. Este artigo aborda como comerciantes britânicos adquiriam têxteis na Índia para a África Atlântica. Ao examinar essa questão, o artigo ilustra o comércio global de algodão, das áreas de produção de têxteis indianos para a África Atlântica, e, em última análise, argumenta que a narrativa do chamado “comércio triangular” precisa ser substituída por outra perspectiva, que destaque o protagonismo de consumidores africanos e de tecelões sul-asiáticos. Weaving Imperial Networks: An Asian Dimension of the British Atlantic Slave Trade in the 18th Century The eighteenth century saw the development of the Atlantic slave-based economy, sustained by a constant supply of labor from the African continent. On the Atlantic coast, in order to purchase captives foreign merchants had to meet local demands for trade commodities, notably Indian cotton textiles, which became a crucial product. During this period, the Anglo-Asian trade, conducted by the English East India Company, played a central role in the supply of Indian textiles for British slave traders. This paper addresses how British merchants procured textiles in India for Atlantic Africa. By examining this question, the paper illustrates a global cotton trade that extended between the areas where Indian textiles were produced and Atlantic Africa. Finally, the paper argues that the so-called “triangular trade” narrative should be replaced by another perspective that emphasizes the agency of African consumers and South Asian weavers. Atlantic slave trade | Indian cotton textiles | English East India Company

Keywords