Enfoque (Jan 2016)

Compromissos e sistemas de controle na saúde pública: o caso dos médicos

  • Ivan Canan,
  • Salli Baggenstoss,
  • Camila Pacheco Moura,
  • Paloma Vieira de Almeida

DOI
https://doi.org/10.4025/enfoque.v34i3.29094
Journal volume & issue
Vol. 34, no. 3
pp. 41 – 55

Abstract

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O ambiente organizacional na saúde pública é rico em situações e eventos que podem servir de fonte de mensagens e sinais sociais aos médicos para a elaboração de seus contratos psicológicos. Os contratos, pela perspectiva de Rousseau (1995), representam as crenças nas relações reciprocas de trocas entre os indivíduos e seus contratantes, incluindo aí os compromissos que assumem para com estes. Os médicos, como responsáveis pela atividade fim na medicina, tem grande amplitude na definição dos problemas de saúde dos pacientes e nas escolhas dos possíveis tratamentos. Para geri-los, as instituições que os contratam precisam de sistemas de controles que devem criar congruência entre as escolhas dos médicos e o que é considerado importante pela própria organização. Este trabalho enfoca esse desafio dos sistemas de controle, buscando relacionar o conteúdo existente na legislação de uma prefeitura e que pode ser entendido como fonte de mensagens de seu sistema de controle gerencial, com o conteúdo de falas sobre compromissos e percepção do uso do sistema de controle por médicos que para essa prefeitura trabalham. Trata-se de uma pesquisa exploratória, realizada em duas etapas: análise documental e análise empírica. Os dados da pesquisa, resguardadas suas limitações, sugerem que os sistemas de controle favorecem um ambiente de tensões dinâmicas onde os possíveis sinais externos, originados de outras instituições e instâncias, não se manifestam especificamente, mas reforçam a convergência para os assuntos expostos e tratados nos sistemas formais.

Keywords