Revista do Instituto Florestal (Dec 2016)
Sobrevivência de Ctenanthe lanceolata Petersen e Goeppertia monophylla (Vell.) Borchs. & S.Suárez (Marantaceae) após o desmatamento. Survival of the Ctenanthe lanceolata Petersen and Goeppertia monophylla (Vell.) Borchs. & S.Suárez (Marantaceae) after deforestation.
Abstract
A construção do Rodoanel Mário Covas – Trecho Sul no Estado de São Paulo suprimiu uma área de mata com regiões de várzea e vegetação remanescente da Mata Atlântica. Após o resgate de plantas presentes na área, muitos espécimes, que antes da supressão estavam no interior da mata, passaram a localizar-se nas bordas da pista, como é o caso de duas espécies de marantáceas: Ctenanthe lanceolata Petersen e Goeppertia monophylla (Vell.) Borchs. & S. Suárez, que foram escolhidas para este estudo por se encontrarem presentes, em grande número, na área afetada pela construção dessa obra. Essas alterações levam a mudanças na composição da vegetação, favorecendo as espécies mais adaptadas às novas condições. O objetivo do presente trabalho foi acompanhar a sobrevivência dos indivíduos transplantados em áreas adjacentes à obra e dos exemplares que permaneceram na beira da estrada após a supressão da vegetação dessas duas espécies de Marantaceae. De modo geral, os resultados demonstram que não é necessário o resgate de exemplares de Ctenanthe lanceolata Petersen nem de Goeppertia monophylla (Vell.) Borchs. & S. Suárez, que permaneceram na borda da mata após o desmatamento, pois a taxa de sobrevivência destas duas espécies é alta (Ctenanthe, 80% na borda e 100% no interior e Goeppertia, 100% na borda e interior). Porém, uma vez resgatadas e realocadas, essas espécies apresentaram boa adaptação (100% de sobrevivência das duas espécies) nas condições ambientais (ensolarada e sombreada) avaliadas neste estudo. Desta forma tais realocações, quando consideradas oportunas, seriam viáveis.The construction of the Mario Covas Rodoanel – Southern Section in São Paulo/BR deforested an area with lowland regions and remnant vegetation of the Atlantic Forest. After the rescue of plants present in the area, many specimens, which were inside the woods before the suppression, happened to be located in the runway edge, as in the case of two species of Marantaceae: Ctenanthe lanceolata Petersen and Goeppertia monophylla (Vell.) Borchs. & S.Suárez, which were chosen for this study because they are present in large numbers in the area affected by the construction of this road. These alterations lead to changes in the composition of vegetation, favoring the most adapted species to new conditions. The aim of this study was to follow the survival of transplanted plants in areas adjacent to the road and the specimens that remained on the roadside after the removal of vegetation of those two species of Marantaceae. In general, it is not necessary to rescue plants of Ctenanthe lanceolata Petersen nor Goeppertia monophylla (Vell.) Borchs. & S. Suárez that remained on the edge of the forest after deforestation, since the survival rate of these two species is high (Ctenanthe, 80% in the border and 100% in the interior, and Goeppertia, 100% in the border and interior). However, once rescued and relocated, these species showed good adaptation (100% survival of both species) in the environmental conditions (sunny and shaded) evaluated in this study. In this way, such reallocations, when considered appropriate, would be viable.
Keywords