Anuário Antropológico (Jun 2024)

Réplica

  • Wilson Trajano Filho

DOI
https://doi.org/10.4000/11vft
Journal volume & issue
Vol. 49, no. 1

Abstract

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Os comentários que o texto recebeu inspiram uma resposta que focaliza as convergências e divergências existentes entre as leituras de meus colegas e a minha. A convergência mais ampla tem a ver com a boa hora em que veio a minha crítica à descolonização. Para Macagno, a oportunidade se deve basicamente ao contexto das Ciências Sociais brasileiras, em que o pacote conceitual da descolonização ganhou uma popularidade inusitada (e eu diria, acrítica). Segundo ele, tal pacote vem no bojo de um modo de pensamento que vira as costas para o saber antropológico. A oportunidade teria então a ver com a contradição entre o sucesso acadêmico de um pensamento pouco antropológico e o crescimento de uma antropologia que se volta cada vez mais para fora do Brasil, para espaços que até recentemente fizeram parte do mundo colonial ou são seus herdeiros diretos. Dado esse contexto, eu posso concluir que, sem um olhar profundamente crítico ao pacote da descolonização, o esforço antropológico de ir além das fronteiras seria uma iniciativa suicida, uma antropologia da autonegação.

Keywords