Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (May 2000)
Gastrosquise: Diagnóstico Pré-natal x Prognóstico Neonatal Gastroschisis: Prenatal Diagnosis x Neonatal Outcome
Abstract
Objetivos: determinar a freqüência de diagnóstico pré-natal em recém-nascidos (RN) com gastrosquise operados no Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (IMIP) e analisar suas repercussões sobre o prognóstico neonatal. Métodos: realizou-se um corte transversal retrospectivo incluindo 31 casos de gastrosquise submetidos a correção cirúrgica em nosso serviço entre 1995-1999. Calculou-se o risco de prevalência (RP) de morte neonatal e seu intervalo de confiança a 95% para a presença de diagnóstico pré-natal e outras variáveis cirúrgicas e perinatais, realizando-se análise de regressão logística múltipla para determinação do risco ajustado de morte neonatal. Resultados: apenas 10 (32,3%) dos 31 casos de gastrosquise tinham diagnóstico pré-natal e nasceram no IMIP. Nenhum RN com diagnóstico pré-natal foi prematuro, em contraste com 43% daqueles sem diagnóstico pré-natal (p 4 horas, cirurgia em estágios, necessidade de ventilação mecânica e infecção. Conclusões: o diagnóstico pré-natal foi infreqüente entre RN com gastrosquise e a morte neonatal foi extremamente alta em sua ausência. É necessário aumentar a freqüência de diagnóstico pré-natal e melhorar os cuidados perinatais para reduzir esta elevada mortalidade.Purpose: to determine the frequency of prenatal diagnosis in newborns with gastroschisis operated at the Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (IMIP) and to analyze its repercussions on neonatal prognosis. Patients and Methods: a cross-sectional study was carried out, including 31 cases of gastroschisis submitted to surgical correction in our service from 1995 to 1999. Prevalence risk (PR) of neonatal death and its 95% confidence interval were calculated for the presence of prenatal diagnosis and other perinatal and surgical variables. Multiple logistic regression analysis was carried out to determine the adjusted risk of neonatal death. Results: only 10 of 31 cases of gastroschisis (32.3%) had prenatal diagnosis and all were delivered at IMIP. No newborn with prenatal diagnosis was preterm but 43% of those without prenatal diagnosis were premature (p 4 hours, staged silo surgery, need of mechanical ventilation and postoperative infection. Conclusions: prenatal diagnosis was infrequent among infants with gastroschisis and neonatal death was extremely high in its absence. It is necessary to achieve greater rates of prenatal diagnosis and to improve perinatal care in order to reduce this increased mortality.
Keywords