Revista Portuguesa de Cardiologia (Oct 2022)
Coronary artery fistulas: A 12-year single-center experience
Abstract
Introduction and Objectives: Coronary artery fistulas (CAFs) are rare abnormalities, often detected incidentally during invasive coronary angiography (ICA). While most are clinically silent, they can cause significant morbidity. We aimed to investigate the clinical, angiographic and management features of CAFs in a population undergoing ICA. Methods: We retrospectively reviewed the data of all ICAs conducted in our department between May 2008 and January 2020 and selected those with CAFs. Clinical, angiographic, therapeutic and follow-up data were obtained from medical records. Results: A total of 55 patients with CAFs (35 male, median age 64 years) were identified among 32 174 ICAs. The majority (n=37) had a single fistula. CAFs arose most frequently from the left anterior descending artery (LAD), followed by the right coronary and left circumflex coronary arteries. The most frequent drainage site was the pulmonary artery. Fourteen patients had fistulas originating from both left and right coronary systems. Seven had concomitant congenital cardiovascular disorders. The majority (n=40) were incidental findings. Chest pain was the most common symptom attributable to CAFs and heart murmur the most frequent sign. Conservative management was the main approach (n=40). Eight patients underwent transcatheter closure and seven underwent surgical ligation (six of those during surgery for another heart condition), with no periprocedural mortality. Conclusions: In our series, the prevalence of CAFs was 0.2%. The majority originated from the LAD and the pulmonary artery was the main drainage site. In patients undergoing intervention, both percutaneous and surgical techniques were safe and effective. Resumo: Introdução e objetivos: As fistulas coronárias (FCs) são anomalias raras, detetadas frequentemente de forma incidental durante a angiografia coronária invasiva (ACI). Embora a maioria não cause sintomatologia, podem gerar morbilidade significativa. O nosso objetivo foi descrever as características clínicas e angiográficas das FCs detetadas numa população submetida a ACI, assim como o tratamento realizado. Métodos: Foram retrospetivamente revistos os dados de todas as ACIs realizadas no nosso Centro de maio de 2008 a janeiro de 2020 e selecionadas as que descreviam FCs. Os dados clínicos, angiográficos, terapêuticos e de follow-up foram obtidos de registos informáticos. Resultados: Entre 32 174 coronariografias, identificámos 55 doentes com FCs (35 homens, idade média 64 anos). A maioria (n=37) tinha uma fístula única. A origem mais frequente foi da artéria coronária descendente anterior (DA), seguido da artéria coronária direita e circunflexa. O local de drenagem mais frequente foi a artéria pulmonar. Catorze doentes tinham fístulas originadas da artéria coronária esquerda e direita. Sete tinham doenças cardiovasculares congénitas concomitantes. A maioria (n=40) foi descoberta incidentalmente. O sintoma e sinal mais frequentes foram a dor torácica e o sopro cardíaco. A abordagem terapêutica foi maioritariamente conservadora (n=40). Oito doentes realizaram encerramento percutâneo e sete tratamento cirúrgico (dos quais seis durante cirurgias por outra patologia cardíaca), sem mortalidade periprocedimento. Conclusões: A prevalência de FCs na nossa série foi de 0,2%. A maioria originou-se da DA, sendo a artéria pulmonar o local de drenagem mais frequente. Em doentes submetidos a intervenção, tanto as técnicas percutâneas como cirúrgicas foram seguras e eficazes.