Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

EXPERIÊNCIA COM O USO DO PAINEL DE SEQUENCIAMENTO DE NOVA GERAÇÃO NAS LEUCEMIAS MIELOIDES AGUDAS, NO ÂMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NO HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS, NO ANO DE 2023

  • JAM Ramazoto,
  • ST Oliveira,
  • AG Macias,
  • DF Brasileiro,
  • GF Colli,
  • IAS Plentz,
  • BM Borges,
  • IA Siqueira,
  • JC Gaspar,
  • NS Castro

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S412 – S413

Abstract

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Objetivo: O objetivo deste trabalho foi relatar a experiência com uso de Sequenciamento de Nova Geração (NGS), para prognóstico de Leucemia Mieloide Aguda (LMA), no âmbito do SUS no Hospital de Câncer de Barretos. Material e métodos: Estudo quantitativo, de caráter descritivo e análise retrospectiva, contemplando o ano de 2023 (03/01/2023 até 27/11/2023). Os dados foram obtidos através do prontuário eletrônico - (Philips Tasy®) e resultados obtidos a partir dos métodos de sequenciamento de nova geração e Painel Molecular com pesquisa CEBPA, FLT3 e NPM1. Todos os ensaios foram realizados em sangue periférico ou medula óssea. A pesquisa de translocações é realizada por transcrição reversa seguida de PCR (reação em cadeia da polimerase) em tempo real (método in house) no equipamento Step One Plus (Applied Biosystems®). Para pesquisa de FLT3 ITD é realizada análise de fragmento. Os genes CEBPA, NPM1 e FLT3 (éxon 20) são feitos por sequenciamento Sanger na plataforma 3500 Genetic Analyzer (Applied Biosystems®) ou por um painel de sequenciamento de nova geração, que contempla outros 39 genes (kit VariantPlex Core Myeloid customizado - ArcherDx®). Resultados: Ao todo foram avaliados 14 pacientes com diagnóstico de LMA, com proposta terapêutica curativa. Entre esses, dois pacientes (14,3%) eram classificados como baixo risco, três (21,4%) como risco intermediário e 9 (64,3%) como alto risco. Em comparação com o Painel Molecular para LMA, o NGS detectou mutações em 5 (35,7%) casos não visualizados por esse, portanto alterando a estratificação de risco. Em três (21,4%) pacientes, não foram encontradas alterações pelos métodos estudados. Dos 14 pacientes, foram observadas as seguintes anormalidades genéticas: expressão gênica de FLT3-ITD (n = 4), sendo associados a NPM1 (n = 3), DNMT3A (n = 3), IDH1 (n = 1), IDH2 (n = 4), ETV6 (n = 1), PTPN11 (n = 2), CEBPA (n = 2), JAK2 (n = 1), GATA2 (n = 1), WT1 exon 7 (n = 1), WT1 exon 6 (n = 1), SRSF2 (n = 1), TP53 (n = 1), BRAF (n = 1), NRAS (n = 1). Discussão: A LMA é uma neoplasia maligna de células hematopoiéticas progenitoras, com diversas peculiaridades clínicas, morfológicas e moleculares, e por isso amplamente estudada no intuito de melhorar desfechos. Um dos pilares principais neste contexto, e que foi modificado ao longo das últimas décadas, foi sua forma classificatória através do avanço citogenético e molecular, trazendo maior segurança e direcionamento no prognóstico e tratamento do paciente, como descrito nas diretrizes da European Leukemia Network (ELN), de 2022. A classificação de risco prognóstico ajuda a personalizar o tratamento, visando melhorar os resultados e ajudar a definir a melhor abordagem terapêutica para cada paciente. Conclusão: O NGS é uma tecnologia de ponta que revolucionou a definição prognóstica de pacientes com diagnóstico de LMA. Cada vez mais é notado o impacto das novas descobertas no diagnóstico molecular e na definição de prognóstico e de linha terapêutica.