Revista Brasileira de Zootecnia (Dec 2006)
Efeito do transporte no desenvolvimento de embriões bovinos cultivados in vitro a fresco ou reaquecidos após vitrificação Effect of transportation on development of fresh or vitrified-warmed bovine embryos
Abstract
Avaliou-se a viabilidade de embriões bovinos cultivados in vitro, a fresco ou reaquecidos após vitrificação, depois de transportados por 6 ou 12 horas. Oócitos obtidos de folículos de ovários coletados em matadouro foram maturados, fecundados e cultivados in vitro. Após sete dias de cultivo, blastocistos com grau de qualidade I e II (segundo o manual da IETS-1998) foram selecionados, envasados em OPS (open pulled straws) e vitrificados em nitrogênio líquido. O reaquecimento foi realizado a 39ºC pela passagem em soluções de HM com concentrações decrescentes de sacarose (0,25M - 0,15M) por cinco minutos em cada solução. Foram avaliados três tratamentos - V0: embriões vitrificados, reaquecidos e cultivados in vitro (n=25); V6: embriões vitrificados, transportados por 6 horas (simulação em palhetas), reaquecidos e cultivados in vitro (n=29); e V12: embriões vitrificados, transportados por 12 horas, reaquecidos e cultivados in vitro - comparados, cada um, a um tratamento controle, com embriões a fresco-C0: embriões a fresco cultivados in vitro (n=26); C6: embriões a fresco cultivados in vitro após 6 horas de transporte (n=30); e C12: embriões a fresco cultivados in vitro após 12 horas de transporte (n=30). Os embriões foram co-cultivados com células da granulosa em microgotas de TCM 199 acrescido de SFB. Foram avaliadas as taxas de re-expansão e eclosão após 48 horas de cultivo. A análise foi realizada pelo teste do qui-quadrado. As taxas de re-expansão entre os grupos V0, V6 e V12 não diferiram, assim como as taxas de eclosão entre os embriões vitrificados e os controles. As taxas de eclosão, no entanto, diferiram entre os embriões submetidos à vitrificação e os controles. Embriões bovinos produzidos in vitro podem ser transportados a fresco ou vitrificados por períodos de até 12 horas, pois possibilitam taxas de eclosão satisfatórias.The aim of this study was to evaluate the viability of in vitro produced bovine embryos, fresh or warmed, after submitted to different periods of transportation (6h-12h). Oocytes obtained from ovaries collected from slaughterhouse were matured, fertilized and cultured in vitro. After seven days, grades I and II blastocysts (according to IETS manual) were selected and vitrified after exposition to PBS solution with 5% fetal calf serum (HM), added with 10% ethylene glycol (EG) and 10% of dymetil sulfoxide (DMSO), for one minute, followed by HM solution with 20% EG and 20% DMSO, for 20 seconds. Embryos were loaded into open pulled straws (OPS) and plunged into liquid nitrogen. Warming was performed at 39ºC by embryo exposure to decreasing concentration of sucrose (0.25 and 0.15M), for five minutes in each step. The warmed embryos were distributed in three groups: V0: in vitro cultured after warmed; V6: embryos loaded into straws and kept for 6 hours at 35ºC, before in vitro culture; and V12: embryos loaded into straws and kept for 12 hours at 35ºC, before in vitro culture. Each group was evaluated by control groups of fresh embryos (C0, C6 and C12, respectively). The embryos were co-cultured with cumulus cells in TCM-199 micro droplets added with SFB. Re-expansion and hatching rates after 48 hours in culture were evaluated and results were compared by the Chi-square test. Re-expanded rates among groups V0, V6 and V12 as well as hatching rates among vitrified groups and among control groups did not differ. However, hatching rates were different between vitrified groups and their respective controls. The satisfactory rates of hatching suggest that it is possible to transport warmed and fresh in vitro produced embryos for periods up to 12 hours.
Keywords