Cadernos de Linguística (Dec 2020)

Kuin Kahab Mikahab: Hãhãhãe Pataxó Hãhãhãe Ũg Iẽ Ikhã Ikô Tâypâk Anekö

  • Reginaldo Ramos dos Santos

DOI
https://doi.org/10.25189/2675-4916.2020.v1.n3.id253
Journal volume & issue
Vol. 1, no. 3

Abstract

Read online

Este artigo é parte do meu percurso acadêmico na Licenciatura Intercultural Indígena da UFMG, em 2018, sobre a Língua Pataxó Hãhãhãe. O povo Pataxó Hãhãhãe tem uma população de quase quatro mil indígenas e habita no Território Indígena Caramuru Catarina Paraguaçu que faz divisa com os três municípios do sul da Bahia: Itaju do Colônia, Pau Brasil e Camacan. Até o ano de 1938, o povo Pataxó Hãhãhãe falava somente sua língua ancestral. A perseguição contra esse povo, fez com que de maneira forçada deixasse de falar sua própria língua. Bahetá foi a última falante da língua, faleceu em 1992. Em 1982 foi publicada a cartilha Lições de Bahetá, com 129 palavras e duas frases, coletadas com a anciã Bahetá. No ano de 2017 foi publicado um Dicionário do Povo Pataxó Hãhãhãe trazendo um novo horizonte ao vocabulário do meu povo, com informações sobre outras línguas com as quais os Hãhãhãe tiveram contato, como Kamakã, Kariri Sapuyá, Tupinambá e Pataxó. Neste artigo trago a experiência Pataxó Hãhãhãe de retomada ou reavivamento da língua deixada pelos nossos anciões e como tem sido esse processo no contexto escolar, a partir da reflexão sobre uma proposta de ensino desenvolvida na Escola Indígena da Aldeia Bahetá. Para realizar a pesquisa, foram feitas consultas em arquivo públicos, pesquisa de trabalhos publicados sobre a língua Pataxo Hãhãhãe, além de pesquisa de campo com coleta de depoimentos de anciões. Espera-se que esse trabalho ajude na luta pela retomada língua Pataxó Hãhãhãe e estimule outras gerações a usar a língua valorizando as memórias de Bahetá, Txitxiáh, bem como os saberes dos mais velhos que vêm nos alimentando através da fala.

Keywords