Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS DIAGNÓSTICOS DE LINFOMA NÃO-HODGKIN DIFUSO NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL NO PERÍODO 2013-2022

  • LAV Oliveira,
  • BB Siqueira,
  • EG Silva,
  • EPM Carvalho,
  • GPFC Ramos,
  • JVD Ribeiro,
  • MAC Lima,
  • RG Brito,
  • SGS Bezerra,
  • VJ Fernandes

Journal volume & issue
Vol. 45
p. S395

Abstract

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Objetivo: Esse trabalho busca descrever a epidemiologia de tal enfermidade na região nordeste do país e suas respectivas distribuições por sexo e faixa etária, entre as unidades federativas da região e as modalidades terapêuticas adotadas, entre os anos de 2013 e 2022. Material e estudo: Efetuou-se um estudo descritivo transversal acerca dos diagnósticos de linfoma não-Hodgkin difuso na região nordeste do país entre 2013-2022. A obtenção de dados ocorreu por meio do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Foram filtradas e combinadas as informações: sexo, faixa etária, região do diagnóstico, unidade federativa do diagnóstico e modalidade terapêutica. Resultados: Entre 2013 e 2022, foram relatados cerca de 9.546 diagnósticos de Linfoma não-Hodgkin difuso na região nordeste do país (22,9% do total de diagnósticos no país), a terceira região com maior concentração de Linfoma não-Hodgkin difuso no país, ficando atrás da região sudeste, com 17.465 casos e da região sul com 10.583 casos. O estado da região nordeste, a qual há predomínio da patologia é o Ceará, com 1.898 casos diagnosticados (19,8% do total de casos da região). Em relação ao sexo, há um predomínio masculino em todas as regiões, dentre a região nordeste número de diagnóstico de Linfoma não-Hodgkin difuso em homens foi de 5.321 (56,2%) e mulheres 4.225 (43,8%). Ademais, em relação à idade há um maior predomínio maior com o passar dos anos, e majoritariamente na população idosa, o maior pico ocorre entre 60 a 64 anos, com 1.006 casos diagnosticados (10,6%). Quanto às modalidades terapêuticas adotadas no nordeste, a quimioterapia foi a mais prevalente, sendo responsável por 8.401 dos tratamentos realizados (88%). Importante ressaltar que houveram, na região nordeste, 757 casos onde não há informação do tratamento utilizado (7,93%). Discussão: No Brasil, o Nordeste, apesar de ser a segunda colocada quanto à população absoluta, é a terceira região com mais diagnósticos de linfoma não-Hodgkin difuso, ficando atrás do segundo lugar (região Sul) por pouco mais de mil casos. Quanto à análise por sexos, seguindo os parâmetros das demais, essa neoplasia é mais diagnosticada no sexo masculino e na faixa etária de 60 a 69 anos. Quanto ao tratamento, a quimioterapia é a modalidade mais realizada. De modo mais específico, ao analisar os estados nordestinos, o Ceará ocupa a primeira posição quanto ao número de diagnósticos (1.898), sendo seguido de perto por Pernambuco (1.848) e Bahia (1.779). Conclusões: O período analisado mostrou 41.703 diagnósticos de linfoma não-Hodgkin difuso realizados no Brasil, sendo 9.546 (22,9%) desses na região Nordeste e a sua maioria no estado do Ceará. Cabe destacar ainda, que dentre os nordestinos, tal neoplasia foi mais diagnosticada na faixa etária dos 60 aos 69 anos. O perfil epidemiológico também apresentou os homens com maior número de diagnósticos. Por fim, a quimioterapia foi a principal medida de tratamento empregada (88,0% dos casos), no entanto, 7,93% dos pacientes não tiveram a abordagem informada, sendo necessário identificar o motivo para isso, se evasão, impossibilidade de tratamento ou óbito. Por fim, vale destacar que os idosos merecem uma atenção maior na investigação por linfoma não-Hodgkin difuso, visto que eles representam 41,47% dos casos.